terça-feira, 5 de julho de 2011

Velho Marujo, Velho!

     “Honras fúnebres à quem já viveu entre nós”







  Ó marujo! Meu marujo! Nossa viagem de medo é feita,
  O navio no tempo estremece, o prêmio foi nossa colheita,
  O porto 'tá perto, Eu ouço o som, as pessoas tão contentes,
  Enquanto olhos na quilha firme, o navio a distantes
  Léguas, se ousa, mas o coração! Emoção! Coração!
  Caído frio e morto o marujo diante desta condição;
  Jazido ao lado das estantes d'um convés sob a míngua
  Garoa lá fora, é ali aonde o sangue pinga.


  Ó marujo! Meu marujo! Se levante e ouça o som,
  Levante-- hasteie a bandeira-- p'ra você o vibrante clarim,
  P'ra você buquês e fitas de grinaldas, p'ra você a multidão
  Na praia; por ti eles chamam, é a massa oscilante em atenção,
  Por rostos ansiosos dizerem; “Aqui marujo! Amigo querido!”
  Este braço sob a sua cabeça, um último adeus amado
  Companheiro, é apenas um sonho que no convés
  Viu você se estender morto e frio; como vida e morte em viés.


  Meu marujo não responde, seus lábios estão pálidos e ainda;
  Meu amigo não sente meu braço, sem pulso e ele se finda;
  O navio está ancorado, são e salvo, viagem feita e taciturna,
  Com medo o trajeto vimos, o navio vencedor que retorna
  À exultar, pela orla, o som de sempre,
  Mas Eu, diante do marulho e, de luto com deslumbre
  Relembro o caminhar do velho marujo,
  Que agora jaz morto, no convés agora de sangue sujo.


  _____________________________________________________
  Notas:


  “Fitas de grinaldas”:
   The Blue Ribbon é a fita azul concedida ao navio que faz a travessia mais rápida ao Atlântico. No poema assume caráter subjetivo, já que o intuito da entrega destas fitas são para relembrar In Memorian do falecido marujo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário