Nas cordas índigas de sua canção,
Vibra mãos magras, geladas e fecundas,
Que ao tocar, ressoa o tom cerúleo das profundas
Crises atemporais, frutos anis da inanição.
Seus joelhos, dobradiças que cria a condição
De soltura da realidade de somas infecundas,
E pela postura quebradiça de suas unhas, profundas
Marcas da sazão olvidada da introspecção.
A canela que produz pena e os ombros
Rasgados pela parede na esquina em escombros
Rutila uma luz azul periférica que seduz.
No canal da sensação, o queixo cola morto
Pelo túnel secreto do seu violão absorto,
Em contraste com o declínio existencial que se produz.
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