terça-feira, 5 de julho de 2011
Horror
Espírito misterioso, com o indicador à boca,
Passe...mas não se vá! Fale ao homem feroz
Tão bêbado na imensidão desta época,
Diga-me, desta testa pálida pela noite veloz!
Responda-me, inclinado e com passos obscuros,
De tão ofuscante clareza sob apuros!
É você que aparece às vezes à meia-noite?
É você que veio ao encontro à minha porta,
Na outra madrugada como em pernoite?
Por isso, sua lenta luz vem p'ra mim na derrota,
Enquanto Eu estiver acordado o limite
Inicial serão as escadas escuras da morte.
Talvez à minha porta pare uma sombra enorme,
A escadaria invisível fará a cerimônia
Talvez, nas trevas Eu me disforme,
Quando você propuser uma distância,
Que me faça mesmo nas profundezas sepulcrais
Ir procura-lo, Ó morte, sob medos anormais.
Por que a casa de exílio, junto as catacumbas,
Dorido contra a parede na cidade dos túmulos,
Estará proscrito que o exílio me arruínas,
Mas ele flutua submerso ante os naufrágios
Dos navios d'um dia trágico, vendo-me
Diz: À sua sombra? Digo-lhe: Submeta-me.
Bem-vinda sombra! Minha companheira!
Tal figura fazendo-me um sinal sob mistério,
Eu me inclino, só e esperando a beira,
Deste prometido ensejo, causando-me refrigério,
Mas sabendo que sublime é o fulgor,
Que na testa sua, limpada em seu manto de dor.
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