Logo que a conheci
Senti um trêmito
Que despertou em mim
Aquilo que há tanto tempo
Eu mantinha guardado.
Verdade que faltam
Poucos dias para a data
Em que todos os casais de amantes,
Namorados, esposos ou seres
Que simplesmente se amam,
Em segredo ou que se expõe
Com cara e coragem que persiste
Em se mostrar celebremente
Em suas faces,
Irão brindar com toda a saúde
Da qual são dispostos.
Naquela noite,
É verdade, que uma distância
Enorme nos separava
E muitas coisas
Que a trazia naquele local
Eram pra serem esquecidas
Ou tentar serem apaziguadas.
Aos poucos fui tecendo
A minha teia de afagos
Por aquele ser que se mostrava
Relutante e cauteloso
Em não cair
Na teia ardilosa
Das falsas paixões.
Mereci cada golpe
De sua verve indiferente,
Indo de um lance a outro
Espatifar na verdade
Que era clara
A olho nu.
Uma verdade que sinto
Com a alma.
E a senti com a minha alma.
Senti seu coração
De menina
Que brinca
De ser gente grande.
E em curtas passadas
Que meus ouvidos de
Criança atenta ouvindo-na
Dizer
Que ama homens mais velhos.
Que velhice é essa?
Velhice de um olhar,
Velhice estampada
Em velhos costumes
Que lhe traz a velha
Segurança de se sentir
Abrigada e saber
Que ficará velha,
Mas de uma maneira
Confiável.
Pode ser também
A velhice sentimental,
Que faz juz a seres
Como ela,
Que necessitam da dose
Rotineira que causa
A tão comum
Miragem sentimental
Que a faz ver em homens
Mais velhos do que eu
A tão sonhada
Forma de se portar
Como um homem sério
E respeita-la como
Uma mulher digna
E lhe dando a sensação
De ser só dela.
Mas eu me pergunto,
E o meu ardor juvenil?
Que irrompe
Além-fronteiras
Qualquer caráter
Formal de respeito
De nações aliadas,
Indo atacar intrepidamente
O posto adversário
E pegando-o
Desprevenido.
Pilhando os seus sentimentos,
As suas bases,
A sua energia,
A moral das tropas
Que corajosamente
Fazem ronda
Em sua mente de menina,
Uma guerreira
Que a noite
Monta o seu palco,
Fazendo do silêncio
Que ela tanto
Faz questão de dizer
Que ama
E que procura
E mesmo que seja
Derrotada em combate,
Não dando a
Nenhum inimigo
A chance de que
Irá treina-la
Ou persuadi-la
A sucumbir
A música.
Essa vontade
Que mal consigo refrear.
Indo o câmbio
De minha noção
E paixão contagiante
Arrebentar em minhas
Mãos frágeis e débeis
Por seu contato,
Loucamente
Com meus lábios sangrando,
Lábios ofendidos,
Lábios riscados
Por dentes sedentos
Por sua saliva,
Por seus próprios lábios,
Tão opacos,
Só de manhã,
Mas a noite tão negros,
Independente do batom
Que usa-as,
Lábios tão inusitados
Que mal se lembravam
Que aquela boca
Que minha visão
Sonhava embaçadamente
Pulsando na vontade
Apaixonada de toca-los,
Lábio com lábio,
Boca com boca,
Sorriso com sorriso,
Olho no olho,
Fechados é verdade,
Testa colada com
Testa ardente,
Iriam inoportunamente
Bater em qualquer
Poste sem sinalização
Alguma de ''cuidado,
Diminua a velocidade
Não tão casual
De sua paixão.''
Ela
Que deseja
A fumaça
Que sai descaradamente
Da cigarrilha,
Segurando com
Suas pálidas mãos
Sem nenhuma luva
Para protegê-la
De minhas mãos
Que lhe ofertam carinho
E que sobem a região
Do ombro,
Indo agarra-la
Docemente
E dizendo-lhe
Juras
Que lhe penetram
Meigamente
E sussurram
Em seus ouvidos
Colados em minha
Língua de garoto
Que fala a língua
Que jamais
Um cara
Mais velho
Que a teve em seus braços
Teve a ousadia
De lhe dizer.
Passando qual
Hércules
Por seus duros
Trabalhos,
Fui atravessando
Os testes
Que essa linda
Esfinge punha
Em minha frente,
Dizendo-me
''Decifra-me
Ou esqueça-me.''
E não é que
Numa bela tarde,
Em que o que
Ela mais precisava
Era apenas
De um pouco
Da companhia
De alguém
Que a visse
Como alguém
Importante
E digno de respeito
E consideração,
Eu dei
Tudo isso
A ela
E ela
Maravilhosamente
Abandonou
Aquele seu tão
Costumeiro
''Tanto faz''
E me deu
A oportunidade
De eu me tornar
Importante,
De fazer
Naquelas duas horas e meia
De conversa,
Interrompida
Apenas
Por um pedido
Tão maravilhoso
Como o seu lindo
Sorriso
Que dizia
Inexoravelmente à mim
''Só mostro-o
A quem realmente gosta de mim
De verdade'',
Dizendo-me
Com todo
O ardor de uma alma
Abandonada,
''Reze por mim.''
Eu que já fui católico,
Eu que já fui a igreja,
Eu que já recebi a hóstia
Tão comum de alguém
Que já foi batizado
E não apenas sente-se
Um ateu pragmático
E com a derradeira vertente
Derramando sobre
A sua língua
Mastigando o biscoito
Tal como um excomungado
Em desterro
Só pra si mesmo,
Escondendo de todos ali presentes
O seu verdadeiro objetivo.
A sua verdadeira
Função de ser que no mínimo
Respeita um lugar santo como aquele.
Eu que vejo isso tudo
Com olhos vazados
E pés que mal conseguem
Se sustentar
Mas que ao ouvir dela,
Um simples pedido
De "salve-me,
Alivie-me
Um pouco do peso
Dessa fase tão caótica
Que estou vivendo",
Reanima-me
Toda a energia
Necessária
Para acordar
No horário
Que combinei com ela,
Orando fervorosamente
Com toda a responsabilidade
Da qual muitos
Que me amam,
Depositam-me com confiança,
Alguns escondidamente
Outros convidando-me
A tomar um sorvete,
Ou mesmo
Aquilo que eu ouso
Deixar
E me abraçar como
Alguém apaixonado
Perguntando-me
Como foi a minha semana.
Aos poucos
Ela foi me contando
Um pouco
Da sua vida,
Das marcas de expressão
Que agora contornavam
A sua linda
Face,
Marcas que a vida
Lhe causou,
Marcas, incríveis
Marcas que se contadas
Uma a uma,
Dariam 23.
Número esse que agora
É inevitavelmente
O meu número
Da sorte,
Número esse que se juntado
Ao meu dá 2023
E não como ela
Fatalmente afirmava 2046.
Sei que é um excelente filme
Esse,
Respeito muito
Não só esse, mas o 1984
E 2001 também.
Uma odisseia que todos
Os diretores desses filmes
Sequer imaginaram
Em suas poltronas
De diretor entre os sets
De filmagem,
Não,
Eles não imaginam,
Tenha certeza disso,
Tenham certeza disso.
Que sintam uma inveja saudável
Ao me lerem, ouvirem, gritarem,
O que pulsa calorosamente
Do meu peito
De apaixonado,
Que vai mesmo
Que mancando subir
Os degraus
Que contornam
Hermeticamente
O seu singelo coração.
Ou todos os tonéis
Que irei derrubar
E beber até a última gota
O álcool que desde de criança,
Nunca gostei de tomar,
Só para fazê-la
Se sentir uma
Mulher amada
De um homem
Apaixonadamente bêbado
Pela sua saliva alcoólica.
Esses filmes nada sabem,
Sobre a nossa paixão.
Mas lá contém
O seu fundo de verdade.
Disso não irei
Discordar.
Então me contou,
Que ele ao chegar
O seu aniversário
Sequer
Atendia
Um simples telefonema,
Para dizer como estava,
O que sentia,
O que sentia por ela,
O que sentia ao
Completar mais um ano de vida.
Queria mesmo sentir algo?
Queria mesmo chorar de alegria
Numa data tão importante
Como essa ou desfrutar do silêncio
E da reflexiva data que à ele
Se deparava,
Ou para tristeza dela
Apenas deixa-la
Na triste expectativa
Que a fez de palhaça,
Não dando nem a mínima
Satisfação de responder ao e-mail,
Que ela lhe mandara,
A mensagem na caixa de postal
Que ela lhe mandara
E nem a uma simples
Mensagem de texto
Que também ela lhe mandara.
E só você sabia
Que esperava
Desde a 0h
Do dia que antecedia
O aniversário
Do seu ex-noivo,
Tal como
A jovem apaixonada
Que tecia enquanto
Aguardava nobremente
O retorno
De seu amado guerreiro,
Que voltava com os troféus
Ou ferimentos cicatrizados
De outras paragens.
Então mais uma vez
Eu te pergunto,
É com ele
Que você quer ficar?
Que por um milagre apareceu
Para depois
Dos 44 minutos do segundo tempo
Em um jogo sem acréscimo,
Dizer que ''acabou''.
Isso que você que teve que ajuda-lo
A dizer,
Por que convenhamos
É muito cômodo,
É muito fácil,
É muito mais prático
Enganar-se,
Enganar a companheira,
Na simples ilusão
De que a comodidade
É o resultado
De anos
De árduos esforços
Amorosos.
É com ele que quer
Dividir seus bens?
Ser sócia financeira-afetivamente
De um cara,
Que tem medo
De no momento
Que tem que se fazer
Algo
Sai pela tangente.
Francamente
Acho que o seu corpo,
Que seu espírito,
Que sua inteligência,
Que as oportunidades da qual
Realmente merece
Que se desdobram
Tal como num calidoscópio
De felicidade
E mérito revertido
Em segurança e tranquilidade,
Mereça coisa
Que a complete de um
Jeito no mínimo,
Sincero e menos esquivo.
Você pode escolher
Da forma que lhe aprouver
O que quer pra si mesma,
Mas saiba que em minha alma,
Lá no âmago,
Uma força tão latente e consciente
Não a deixará naufragar
Nem tampouco fracassar
No meu íntimo desejo
De abrir seus olhos
De que você imagina
Que a visão do amor,
Do nosso Eu afetivo,
Irá passar
No decorrer do tempo.
Por isso mesmo,
Sabiamente
Só aproveitando-me das brechas
Que você gentilmente
Me mostra
E indica
Com seu indicador
Que possui algumas
Cicatrizes feitas
Pela paixão ferida,
Pela paixão ultrajada,
Pela paixão corrompida,
Pela tenra paixão,
E só de ver isso
Me dá a sensação
De se fazer algo a respeito.
Eu
Que clamo,
Que choro amargamente
Só de pensar
Em não poder ver
Mais esse dedo indicador
Me apontando
Qual direção devo tomar
Daqui pra frente.
Por isso na hora certa,
Irei comprar as passagens,
Irei organizar
Os locais
Que iremos visitar juntos,
Quero você me dizer
Faceiramente,
Quando eu propuser
Um passeio ao parque,
"Você sabe que odeio
Parques"
"Vamos ao barzinho,
Para beber feito gente
Grande que só quer curtir
A vida depois de um
Dia exaustivo"
Então eu direi,
Por mim tudo bem.
Vou tentar beber alguns goles
Ao seu lado.
"Tá ok, tanto faz, desde que
Você esteja comigo
E sempre me dê
A sensação de que você
É meu por inteiro,
Seja sóbrio
Ou ébrio,
Entendeu?"
É esse "Tanto Faz" que quero
Que tenha a divertida
E ao mesmo tempo
Séria conotação
Que me faz tão bem de ouvir.
Eu completarei
Seu pensamento
Dizendo da seguinte forma,
Não irei desampara-la
Em momento algum,
Meu celular estará sempre ligado pra você,
Meu coração sempre estará aberto pra você,
As portas da minha casa estarão sempre abertas para você,
Por que toda vez que você me liga,
Toda vez que você entra pelo meu coração
E toda vez que você me visita
Você renova a minha vida por completo.
Conforme você for aceitando
Tudo isso
E eu ver que você mal
Consegue fumar ou permanecer
Com seus olhos abertos,
Irei tocar gentilmente
Em seu braço
Alertando-a que a levarei
Sã e salva pra casa.
Pegarei-a e levarei-a
Até o estacionamento
Dando-lhe um sonoro
Beijo no que resta
De confiança brindada
A fortes goles de Martini
Em sua boca de menina.
Chegando em casa,
Você tomara o seu
Banho de costume,
Lavando toda aquela
Atmosfera de balada
De seu lindo e alvo corpo.
Então irá me convidar
Já banhada pelo aroma
Convidativo do seu sabonete,
A desfrutar duma verdadeira
Noite amorosa de jovens
Que realmente se amam
E que estão tentando
Planejar um futuro
Promissor enraizado
Nas bases da verdade
E do compromisso mútuo.
Não se esqueça,
Não irá durar nem 2 meses,
Nem 2 anos.
Irá durar muito mais.
Nossos netos serão
Testemunhas disso.
Aquela remota possibilidade
Que você inocentemente
Sugeriu e expôs
Com aquele notório
Ar de que Eu não fosse
Inconveniente,
Já não existe mais.
Está vendo
Como a vida
À vida nos toma de surpresa
E muda num passe de mágica
Toda a nossa verdade
Que a custo queríamos
Acreditar nos oprimindo
Através de nós mesmos
E apunhalando todos
Os seres de sentimentos
Frágeis, mas que cristalizados
No fel da infelicidade
Se aproximavam da gente.
Mas agora está muito tarde.
Deixarei você dormir
Tranquilamente esta já
Não tão noite assim,
Com a sensação de mulher
Completamente realizada.
Por que preciso,
Como disse que ia fazer
Até os restantes dos meus dias,
Orar por você,
Com todo o meu amor
Por que sei que é isso
Que devo fazer quando
No momento
Em que me disseste
"Desejas o meu amor
E a minha amizade;
Ei-la."
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