terça-feira, 5 de julho de 2011

Entre Outras Coisas Que Ouço do Seu Coração

  Logo que a conheci
  Senti um trêmito
  Que despertou em mim
  Aquilo que há tanto tempo
  Eu mantinha guardado.


  Verdade que faltam
  Poucos dias para a data
  Em que todos os casais de amantes,
  Namorados, esposos ou seres
  Que simplesmente se amam,
  Em segredo ou que se expõe
  Com cara e coragem que persiste
  Em se mostrar celebremente
  Em suas faces,
  Irão brindar com toda a saúde
  Da qual são dispostos.


  Naquela noite,
  É verdade, que uma distância
  Enorme nos separava
  E muitas coisas
  Que a trazia naquele local
  Eram pra serem esquecidas
  Ou tentar serem apaziguadas.


  Aos poucos fui tecendo
  A minha teia de afagos
  Por aquele ser que se mostrava
  Relutante e cauteloso
  Em não cair
  Na teia ardilosa
  Das falsas paixões.


  Mereci cada golpe
  De sua verve indiferente,
  Indo de um lance a outro
  Espatifar na verdade
  Que era clara
  A olho nu.


  Uma verdade que sinto 
  Com a alma.


  E a senti com a minha alma.


  Senti seu coração 
  De menina
  Que brinca
  De ser gente grande.


  E em curtas passadas
  Que meus ouvidos de
  Criança atenta ouvindo-na
  Dizer
  Que ama homens mais velhos.


  Que velhice é essa?
  Velhice de um olhar,
  Velhice estampada
  Em velhos costumes
  Que lhe traz a velha
  Segurança de se sentir
  Abrigada e saber
  Que ficará velha,
  Mas de uma maneira
  Confiável.
  Pode ser também
  A velhice sentimental,
  Que faz juz a seres
  Como ela,
  Que necessitam da dose
  Rotineira que causa
  A tão comum
  Miragem sentimental
  Que a faz ver em homens
  Mais velhos do que eu
  A tão sonhada 
  Forma de se portar
  Como um homem sério
  E respeita-la como
  Uma mulher digna 
  E lhe dando a sensação
  De ser só dela.


  Mas eu me pergunto,
  E o meu ardor juvenil?
  Que irrompe
  Além-fronteiras
  Qualquer caráter
  Formal de respeito
  De nações aliadas,
  Indo atacar intrepidamente
  O posto adversário
  E pegando-o
  Desprevenido.
  Pilhando os seus sentimentos,
  As suas bases,
  A sua energia,
  A moral das tropas
  Que corajosamente
  Fazem ronda 
  Em sua mente de menina,
  Uma guerreira 
  Que a noite
  Monta o seu palco,
  Fazendo do silêncio
  Que ela tanto 
  Faz questão de dizer
  Que ama 
  E que procura
  E mesmo que seja
  Derrotada em combate,
  Não dando a 
  Nenhum inimigo
  A chance de que
  Irá treina-la
  Ou persuadi-la
  A sucumbir 
  A música.


  Essa vontade 
  Que mal consigo refrear.
  Indo o câmbio
  De minha noção
  E paixão contagiante
  Arrebentar em minhas
  Mãos frágeis e débeis
  Por seu contato,
  Loucamente
  Com meus lábios sangrando,
  Lábios ofendidos,
  Lábios riscados
  Por dentes sedentos
  Por sua saliva,
  Por seus próprios lábios,
  Tão opacos,
  Só de manhã,
  Mas a noite tão negros,
  Independente do batom
  Que usa-as,
  Lábios tão inusitados
  Que mal se lembravam
  Que aquela boca
  Que minha visão
  Sonhava embaçadamente
  Pulsando na vontade
  Apaixonada de toca-los,
  Lábio com lábio,
  Boca com boca,
  Sorriso com sorriso,
  Olho no olho,
  Fechados é verdade,
  Testa colada com
  Testa ardente,
  Iriam inoportunamente
  Bater em qualquer
  Poste sem sinalização
  Alguma de ''cuidado,
  Diminua a velocidade
  Não tão casual
  De sua paixão.''


  Ela
  Que deseja
  A fumaça
  Que sai descaradamente
  Da cigarrilha,
  Segurando com
  Suas pálidas mãos
  Sem nenhuma luva
  Para protegê-la
  De minhas mãos
  Que lhe ofertam carinho
  E que sobem a região
  Do ombro,
  Indo agarra-la
  Docemente
  E dizendo-lhe
  Juras
  Que lhe penetram
  Meigamente
  E sussurram
  Em seus ouvidos
  Colados em minha
  Língua de garoto
  Que fala a língua
  Que jamais
  Um cara
  Mais velho
  Que a teve em seus braços
  Teve a ousadia
  De lhe dizer.
  
  Passando qual
  Hércules 
  Por seus duros
  Trabalhos,
  Fui atravessando
  Os testes
  Que essa linda
  Esfinge punha
  Em minha frente,
  Dizendo-me
  ''Decifra-me
  Ou esqueça-me.''


  E não é que
  Numa bela tarde,
  Em que o que
  Ela mais precisava
  Era apenas
  De um pouco
  Da companhia
  De alguém
  Que a visse
  Como alguém
  Importante
  E digno de respeito
  E consideração,
  Eu dei
  Tudo isso
  A ela 
  E ela
  Maravilhosamente
  Abandonou
  Aquele seu tão 
  Costumeiro
  ''Tanto faz''
  E me deu
  A oportunidade
  De eu me tornar
  Importante,
  De fazer
  Naquelas duas horas e meia
  De conversa,
  Interrompida
  Apenas
  Por um pedido
  Tão maravilhoso
  Como o seu lindo
  Sorriso
  Que dizia
  Inexoravelmente à mim
  ''Só mostro-o
  A quem realmente gosta de mim
  De verdade'',
  Dizendo-me
  Com todo
  O ardor de uma alma
  Abandonada, 
  ''Reze por mim.''


  Eu que já fui católico,
  Eu que já fui a igreja,
  Eu que já recebi a hóstia
  Tão comum de alguém
  Que já foi batizado
  E não apenas sente-se
  Um ateu pragmático
  E com a derradeira vertente
  Derramando sobre
  A sua língua
  Mastigando o biscoito
  Tal como um excomungado
  Em desterro
  Só pra si mesmo,
  Escondendo de todos ali presentes
  O seu verdadeiro objetivo.
  A sua verdadeira
  Função de ser que no mínimo
  Respeita um lugar santo como aquele.


  Eu que vejo isso tudo
  Com olhos vazados
  E pés que mal conseguem
  Se sustentar
  Mas que ao ouvir dela,
  Um simples pedido
  De "salve-me,
  Alivie-me
  Um pouco do peso
  Dessa fase tão caótica
  Que estou vivendo",
  Reanima-me 
  Toda a energia
  Necessária
  Para acordar
  No horário
  Que combinei com ela,
  Orando fervorosamente
  Com toda a responsabilidade
  Da qual muitos 
  Que me amam,
  Depositam-me com confiança,
  Alguns escondidamente
  Outros convidando-me
  A tomar um sorvete,
  Ou mesmo
  Aquilo que eu ouso
  Deixar
  E me abraçar como
  Alguém apaixonado
  Perguntando-me
  Como foi a minha semana.


  Aos poucos
  Ela foi me contando
  Um pouco
  Da sua vida,
  Das marcas de expressão
  Que agora contornavam
  A sua linda 
  Face,
  Marcas que a vida
  Lhe causou,
  Marcas, incríveis
  Marcas que se contadas
  Uma a uma,
  Dariam 23.
  Número esse que agora
  É inevitavelmente
  O meu número
  Da sorte,
  Número esse que se juntado
  Ao meu dá 2023
  E não como ela
  Fatalmente afirmava 2046.
  Sei que é um excelente filme
  Esse,
  Respeito muito
  Não só esse, mas o 1984
  E 2001 também.
  Uma odisseia que todos
  Os diretores desses filmes
  Sequer imaginaram
  Em suas poltronas
  De diretor entre os sets
  De filmagem,
  Não,
  Eles não imaginam,
  Tenha certeza disso,
  Tenham certeza disso.


  Que sintam uma inveja saudável
  Ao me lerem, ouvirem, gritarem,
  O que pulsa calorosamente
  Do meu peito
  De apaixonado,
  Que vai mesmo 
  Que mancando subir
  Os degraus
  Que contornam
  Hermeticamente
  O seu singelo coração.


  Ou todos os tonéis
  Que irei derrubar
  E beber até a última gota
  O álcool que desde de criança,
  Nunca gostei de tomar, 
  Só para fazê-la
  Se sentir uma 
  Mulher amada
  De um homem
  Apaixonadamente bêbado
  Pela sua saliva alcoólica.


  Esses filmes nada sabem,
  Sobre a nossa paixão.


  Mas lá contém
  O seu fundo de verdade.
  
  Disso não irei
  Discordar. 


  Então me contou,
  Que ele ao chegar
  O seu aniversário
  Sequer
  Atendia
  Um simples telefonema,
  Para dizer como estava,
  O que sentia,
  O que sentia por ela,
  O que sentia ao 
  Completar mais um ano de vida.
  Queria mesmo sentir algo?
  Queria mesmo chorar de alegria
  Numa data tão importante
  Como essa ou desfrutar do silêncio
  E da reflexiva data que à ele 
  Se deparava,
  Ou para tristeza dela
  Apenas deixa-la
  Na triste expectativa
  Que a fez de palhaça,
  Não dando nem a mínima
  Satisfação de responder ao e-mail,
  Que ela lhe mandara,
  A mensagem na caixa de postal
  Que ela lhe mandara
  E nem a uma simples 
  Mensagem de texto
  Que também ela lhe mandara.


  E só você sabia 
  Que esperava 
  Desde a 0h 
  Do dia que antecedia
  O aniversário 
  Do seu ex-noivo,
  Tal como 
  A jovem apaixonada 
  Que tecia enquanto
  Aguardava nobremente
  O retorno
  De seu amado guerreiro,
  Que voltava com os troféus
  Ou ferimentos cicatrizados
  De outras paragens.
  
  Então mais uma vez
  Eu te pergunto,
  É com ele
  Que você quer ficar?
  Que por um milagre apareceu
  Para depois
  Dos 44 minutos do segundo tempo
  Em um jogo sem acréscimo,
  Dizer que ''acabou''.
  Isso que você que teve que ajuda-lo
  A dizer,
  Por que convenhamos
  É muito cômodo,
  É muito fácil,
  É muito mais prático
  Enganar-se,
  Enganar a companheira,
  Na simples ilusão
  De que a comodidade
  É o resultado
  De anos
  De árduos esforços
  Amorosos.


  É com ele que quer
  Dividir seus bens?
  Ser sócia financeira-afetivamente
  De um cara,
  Que tem medo
  De no momento
  Que tem que se fazer
  Algo
  Sai pela tangente.
  Francamente
  Acho que o seu corpo,
  Que seu espírito,
  Que sua inteligência,
  Que as oportunidades da qual
  Realmente merece
  Que se desdobram
  Tal como num calidoscópio
  De felicidade
  E mérito revertido
  Em segurança e tranquilidade,
  Mereça coisa
  Que a complete de um
  Jeito no mínimo,
  Sincero e menos esquivo.


  Você pode escolher
  Da forma que lhe aprouver
  O que quer pra si mesma,
  Mas saiba que em minha alma,
  Lá no âmago,
  Uma força tão latente e consciente
  Não a deixará naufragar
  Nem tampouco fracassar
  No meu íntimo desejo
  De abrir seus olhos
  De que você imagina 
  Que a visão do amor,
  Do nosso Eu afetivo,
  Irá passar
  No decorrer do tempo.


  Por isso mesmo,
  Sabiamente
  Só aproveitando-me das brechas
  Que você gentilmente
  Me mostra
  E indica
  Com seu indicador
  Que possui algumas
  Cicatrizes feitas
  Pela paixão ferida,
  Pela paixão ultrajada,
  Pela paixão corrompida,
  Pela tenra paixão,
  E só de ver isso 
  Me dá a sensação 
  De se fazer algo a respeito.
  Eu
  Que clamo,
  Que choro amargamente
  Só de pensar
  Em não poder ver
  Mais esse dedo indicador
  Me apontando
  Qual direção devo tomar 
  Daqui pra frente.


  Por isso na hora certa,
  Irei comprar as passagens,
  Irei organizar
  Os locais
  Que iremos visitar juntos,
  Quero você me dizer
  Faceiramente,
  Quando eu propuser
  Um passeio ao parque,
  "Você sabe que odeio
  Parques"
  "Vamos ao barzinho,
  Para beber feito gente
  Grande que só quer curtir
  A vida depois de um
  Dia exaustivo"
  Então eu direi,
  Por mim tudo bem.
  Vou tentar beber alguns goles
  Ao seu lado.
  "Tá ok, tanto faz, desde que
  Você esteja comigo  
  E sempre me dê
  A sensação de que você
  É meu por inteiro,
  Seja sóbrio
  Ou ébrio,
  Entendeu?"
  É esse "Tanto Faz" que quero
  Que tenha a divertida
  E ao mesmo tempo
  Séria conotação
  Que me faz tão bem de ouvir.


  Eu completarei
  Seu pensamento
  Dizendo da seguinte forma,
  Não irei desampara-la
  Em momento algum,
  Meu celular estará sempre ligado pra você,
  Meu coração sempre estará aberto pra você,
  As portas da minha casa estarão sempre abertas para você,
  Por que toda vez que você me liga,
  Toda vez que você entra pelo meu coração
  E toda vez que você me visita
  Você renova a minha vida por completo.


  Conforme você for aceitando 
  Tudo isso
  E eu ver que você mal
  Consegue fumar ou permanecer
  Com seus olhos abertos,
  Irei tocar gentilmente 
  Em seu braço
  Alertando-a que a levarei
  Sã e salva pra casa.
  Pegarei-a e levarei-a
  Até o estacionamento
  Dando-lhe um sonoro
  Beijo no que resta
  De confiança brindada
  A fortes goles de Martini
  Em sua boca de menina.
  Chegando em casa,
  Você tomara o seu 
  Banho de costume,
  Lavando toda aquela
  Atmosfera de balada
  De seu lindo e alvo corpo.
  Então irá me convidar
  Já banhada pelo aroma
  Convidativo do seu sabonete,
  A desfrutar duma verdadeira 
  Noite amorosa de jovens
  Que realmente se amam
  E que estão tentando
  Planejar um futuro
  Promissor enraizado
  Nas bases da verdade
  E do compromisso mútuo.


  Não se esqueça,
  Não irá durar nem 2 meses,
  Nem 2 anos.


  Irá durar muito mais.
  Nossos netos serão
  Testemunhas disso.


  Aquela remota possibilidade
  Que você inocentemente
  Sugeriu e expôs
  Com aquele notório
  Ar de que Eu não fosse
  Inconveniente,
  Já não existe mais.


  Está vendo
  Como a vida
  À vida nos toma de surpresa
  E muda num passe de mágica
  Toda a nossa verdade 
  Que a custo queríamos
  Acreditar nos oprimindo
  Através de nós mesmos
  E apunhalando todos
  Os seres de sentimentos
  Frágeis, mas que cristalizados
  No fel da infelicidade
  Se aproximavam da gente.


  Mas agora está muito tarde.
  Deixarei você dormir
  Tranquilamente esta já
  Não tão noite assim,
  Com a sensação de mulher
  Completamente realizada.
  Por que preciso,
  Como disse que ia fazer
  Até os restantes dos meus dias,
  Orar por você,
  Com todo o meu amor
  Por que sei que é isso
  Que devo fazer quando
  No momento
  Em que me disseste
  "Desejas o meu amor
  E a minha amizade;
  Ei-la."




  

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