segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Tu És em Meus Dias Um Eterno Verão

                                                                               
  Eu devo te comparar a um dia de verão?
  Sabendo que és mais linda e temperada.
  E os ventos ásperos em maio se agitarão,
  Buscando na curta data do verão estada.


  E num dia quente os seus olhos brilham,
  E às vezes a sua tez é de ouro esmaecido;
  E do curso das coisas um dia se declinam,
  Por que, faz parte do caminho percorrido.


  Mas o teu eterno verão não irá se apagar,
  Nem perder a posse daquele que te adora,
  Nem a morte se envaidecer e te assombrar.


  Quando as linhas eternas crescerem em ti,
  Fazendo a todos te olharem como a Aurora,
  Eternamente e, isso renascerá dentro de si.

domingo, 23 de outubro de 2011

O Brilho Evangélico das Estrelas





  Estrelas brilhantes, amarelas, paradas pelo ar,
  Vocês viram os fios de cabelo dela a esvoaçar?
  Lembrando véu de nuvem que se vai ao além,
  Caído pelo rosto dela e sobre o céu também?


  Estrelas radiantes, pequenas, estes olhinhos,
  Olhos de anjos brincando no céu tão sozinhos.
  Às vezes um anjinho vira o seu rostinho alegre,
  Em direção ao mundo- mais do que um milagre!


  Jesus Cristo veio da cruz(Ele recebe a mi'alma!)
  Em cada mão e pé aberto sangrava a sua chama.
  Quatro pontas de ferro, porventura Ele morreu,
  Mas você arrancou e as colocou à brilhar no céu.


  Tropa de Cristo, da guarda de Maria; obedecem,
  Desenhem espadas e no inferno o mal ataquem.
  Cada centelha nascida do aço voa pela batalha,
  E Deus à guiar as faces cintilantes d'uma estrela.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Um Estudo d'Alma

                                   
                                           "Queria tanto que tudo voltasse a ser
                                            como era antes"
                                           - Lágrimas vertidas em palavras por quem
                                            teceu estes versos.


                                                                             À quem "você" já foi um dia.






  Ela ficou pálida como a Parian ficava;
  Como Cleópatra quando se viu na baía,
  E sentiu a força romana e sua influência,
  Feito víbora contorcida diante da lava.


  Seus pés firmes, pelo caminho qu'amava,
  Vislumbrando para ao além da luz do dia;
  Seu rosto 'tá firme olhando a terra sombria,
  Na onde pés trêmulos pela areia vacilava.


  Ela 'tá ali como um farol brilhante à noite;
  Tão claro onde a tempestade se põe à deriva.
  Tão sozinha, d'uma maravilha mortalmente.


  Ela espera paciente, com um poder interior,
  Sem tentar domina-la e torna-la u'a cativa,
  Com um rosto luzidio e a gemer em estridor.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Do Notório ao Notável

  Eu moro no 5º andar de um prédio
  De uma rua calma,
  Sempre costumo olhar o que se passa
  Lá embaixo.
  Dentre árvores e galhos secos
  Do outono,
  Em que germinam novas vidas
  Que irão prevalecer sobre essa camada
  De vida gasta e disposta a dar passagem
  Para o que realmente deseja viver aqui.

  É quando vejo atravessando
  A passadas serenas o meu amigo Meister,
  Tendo em suas mãos um embrulho,
  Pequeno e que ele sacoleja.

  Atravessa a guarita, dá um oi rápido
  Pro zelador e entra no saguão.
  Aí o perco de vista,
  Deve estar tocando levemente
  O botão do elevador
  E olhando de soslaio
  Pra alguém que possa estar
  Saindo da porta que dá acesso
  Ao estacionamento.
  Esses dias mesmo eu o peguei
  Na piscina conversando
  Com uma garota que estava
  Tentando tomar um bronze
  Numa cadeira de praia.

  Ele é realmente um cara extrovertido.

  Sobe rapidamente
  Os cinco andares do meu prédio
  E lá está ele tocando
  Na minha porta,
  Esperando para que eu a abra
  E que nós dois juntos
  Tenhamos muito trabalho a fazer juntos.
  Não escondo a curiosidade
  Para saber o que tem dentro daquele embrulho
  E ele sem cerimônia alguma,
  Abre na minha frente uma parte
  E diz;
  "Só vim aqui pra entregar-lhe
  Isso, se cuida irmão e logo mais
  Estarei de volta."

  Ele não estando mais ali,
  Sozinho e com o pacote
  Em minhas mãos,
  Pego a xícara de café
  Que milagrosamente
  Tomo
  E me sento na poltrona,
  Abrindo por inteiro aquele pacotinho.

  Tem um rádio portátil.

  Eu sem sono,
  Já passam das cinco da tarde
  De um sábado nublado,
  Sozinho mais uma vez em casa,
  Com uma sensação de tristeza
  E com um aparelho tão obsoleto
  Como aquele em mãos
  Que me trazem velhas recordações,
  Que me fazem mirar o olhar
  Para um canto vazio de casa
  Tendo em vista
  O esquecimento.

  Rádio esse
  Que me faz recordar
  Daquele velho rádio
  Que eu constantemente
  Quando estava em casa com meus pais
  Tocava, girava o botão
  Do volume para um volume
  Que me trouxesse uma satisfação
  Aos ouvidos que queriam um bom rock
  Pautado por aquela voz que me tocasse
  Lá no fundo. Bem no recôndito do
  Âmago.
  Mas agora...
  Bem,
  Tenho o meu I-Phone,
  Lotado de I-Tunes,
  Um bom fone de ouvido
  Ou mesmo o som que se não muito elevado
  Satisfaça a mim e ao conforto
  Que não irá incomodar os vizinhos.
  É isso que me deixa pensativo.
  Essa sensação de não poder mais
  Sentir a textura daqueles botões,
  Nem dos botões do controle remoto
  Que mantinham o ritmo da minha
  Intensa vontade
  De ouvir uma boa música.
  Agora ouço essa mesma música,
  Essa mesma voz,
  Essa mesma banda,
  Através do meu sofisticado
  Aparelhinho.
  Mas essa mesma música agora
  Ouvida através desse aparelhinho
  Só me dá a sensação
  De esquecimento.

  Dois dos meus dedos
  Da mão esquerda percorrem
  Os poucos botões que existem
  Naquele pequeno rádio.

  Quero botar logo
  Aquilo pra funcionar,
  Botar o rock n' roll no volume 18.
  Aí sim, estarei sabendo o que realmente
  Se passa com esse aparelho.
  A acústica de casa deve segurar
  O que ele tem pra me dizer
  Sem promover nenhum segredo
  Confidenciado a quem quer que seja.

  Não sei,
  Mas as vidraças não são mais
  Como antigamente,
  Elas são mais resistentes hoje em dia.
  Num acesso de fúria
  Não se pode jogar o rádio pela janela,
  Além do que isso daria
  O que falar entre os vizinhos,
  Isso daria uma bela duma multa,
  Isso me daria a sensação de dever não cumprido,
  Me daria uma sensação de coisa que se impôs
  E te chamou pra briga,
  Acirrou a situação a ponto de fazê-lo entrar
  Pro combate
  Ou fugir qual covarde que resolve as coisas
  Na pancada e lhe dar aquela velha sensação
  De pai impotente depois duma boa surra
  Na filha mais nova de que
  "Sair na mão nada resolve."

  É bom que eu nunca tenha sido educado
  Dessa maneira mesmo.
  Mas não fingirei que não me passou
  Pela cabeça, quando lia quem realmente
  Fazia e acontecia,
  Pensavam e exteriorizavam
  No limiar da sua indagação existencial
  Dessa forma.

  Barba branca nenhuma vai lhe dar a falsa
  Proteção.
  O hábito não faz o monge, já diz
  A sabedoria popular.
  É um aforismo que não quer calar mesmo.
  Deviam esconder o chapéu naqueles tempos
  Bem fundo ao rosto
  Qual avestruz que se esconde feito
  Moça envergonhada
  Bem no fundo da terra.

  É de envelhecer a alma pensar assim.

  Por isso deixo de lado.
  Depois escuto ele um pouco
  Ao pé da cama,
  Junto com o despertador matinal.

  Caminho até a cozinha.
  Pego dos armários uma embalagem
  De pipoca que inevitavelmente
  Será feita no microondas.
  Que saudade daquela pipoca que fazia
  Na panela.
  Ficava absorto naqueles instantes
  Intermináveis
  De ouvir o barulho da água se evaporando
  De dentro do milho e aquele ploc mágico
  Que me deixava na vontade de pegar
  O tempero,
  Botar algumas pitadas de sal
  E levar num tapuer da sua cor preferida
  E assistirmos a um filme.
  Agora esse sofá que tenho em casa
  Já não é mais aquele sofá de canto
  Que tinha na casa dos meus pais.
  Esse é menor.
  Mas acho bonito o acabamento
  Dele e a forma como ele combina
  Com a poltrona.
  Só de ficar nessa poesia doméstica
  Me traz um déjà-vu.
  Dá vontade de que você estivesse aqui
  Novamente
  E que as coisas fossem como eram antes,
  Que eu pudesse correr ao redor
  Da mesa da sala de jantar
  E que você já cansada fosse se apoiar
  Na cadeira.
  Eu te jogaria no chão como daquelas
  Vezes
  E você rendida
  Rolaria comigo pelo tapete
  De braços estendidos
  Esperando que eu lhe ofertasse
  Beijos, mordidas na orelha,
  Carícias um pouco maliciosas
  E apaixonadas pelo pescoço.
  Tapinhas levados de garoto esperto,
  Sábio da sua sortuda oportunidade.
  E agora caminhando por este
  Apartamento
  Só me traz a sensação
  De ficar rememorando
  Aquilo que eu quero
  Que se torne
  Um esquecimento.

  Eu sinto vontade de ir
  Ao banheiro,
  Vejo-o todo branco
  E me lembro
  Das mãos cansadas e fatigadas
  Da empregada
  Que o limpou pela manhã.
  Não é brincadeira limpar
  Esse apartamento todo
  E depois ter que cuidar da casa
  Filhos, lavar,
  Passar roupa,
  Limpar os ladrilhos,
  Levar o lixo,
  Ser mãe,
  Ser uma companhia agradável
  Para o marido.
  Que vontade tenho de na próxima
  Vez que vê-la beijar
  Aquelas mãos perfumadas
  Com aquele cloro insosso
  Que a vida colocou nela.
  Unhas mal-pintadas
  Porém bem lixadas.
  Cabelo desalinhado,
  Porém corpo
  Ágil,
  Leve,
  Um tanto torto
  De tanto se esgueirar pelos cantos
  À procura do pó tão comum.

  Essa tenacidade
  Que me deixa perplexo às vezes.
  Saber das mazelas pelo meu I-Pad,
  Do que realmente faço agora
  Trancafiado
  Aqui
  Quase sendo comparado
  A Kant,
  Que mal tinha tesão de sair da própria cidade
  E divergia à respeito do que lhe convinha
  Com a maior naturalidade e considerações
  Acadêmicas possíveis.

  Eu entredentes digo,
  Com pedaços daquela pipoca
  Que tem mesmo que artificialmente
  Um delicioso sabor de queijo
  Por entre os dentes,
  Quem esse cara acha que pode enganar?
  É agradável saber que enquanto uns morrem
  Outros nascem já com seus dias contados,
  Num b.o. duma d.p. qualquer
  Com a mãe desesperada
  Ou mesmo morta,
  Cheio de frieza
  Ou com uns pingos de remorso
  Beirando o copo do destino
  Pelo olhar.

  O verdadeiro drama se passa lá fora,
  Depois que o jornal do vizinho
  Do andar de baixo é recebido
  E folheado por aquelas mãos
  De manteiga,
  Guarda-o meio amassado
  Pra virar de enfeite
  Numa prateleira
  Qualquer da sala
  Ou da dispensa,
  Que fica perto do lavabo.

  O meu lar por mais solitário
  Que pareça é um bom abrigo.
  É um porto-seguro
  Que eu sempre procuro.
  Entre a esquina da porta do meu banheiro
  E do corredor que fica na suíte,
  Me recordo
  Das vezes que você fazia pirraça
  E com mangas arregaçadas,
  Shorts curtos
  Mostrando pernas rápidas
  E bem torneadas,
  Pegava pincel e gauche
  E pintava a parede do banheiro,
  O chão,
  Só pra me chamar a atenção.
  O que me dava vontade
  De sair nalguma loja de brinquedos
  Infantis
  E comprar-lhe uma Barbie.
  Te mostrando que nem sempre
  É com aquarela que se precisa
  Pra despertar a libido.
  Bonecas sem roupa
  Mexem com nossa imaginação também.
 
  Tanta imaginação de sobra,
  Tanta informação que vem desse mundo,
  Dessa vida,
  Dessa repercussão desrespeitosa
  Carregada de rancor,
  Carregada de um belo terceiro round,
  Sem protetores de boca,
  Só luva e um punhado de coragem,
  Chamando a sua irmã daqueles palavrões
  Chulos,
  Botando seu sangue pra ferver,
  Mexendo com sua masculinidade,
  Como se ela tivesse sendo tragada
  Do seu recipiente original
  E um agiota a vendesse num leilão
  Qualquer do centro da cidade.

  Já se sentiu assim?
  Eu já.
  A impotência,
  A falta de segurança,
  Os constantes arrastões que fazem em seus lares,
  Não mexem com vocês?

  Mas sou bonito,
  Meu espelho reduz-me a beleza original,
  Meus olhos brilham sinceramente
  Por entre o reflexo dessa lâmpada.

  Os circuitos
  Não entram em curto,
  Nem a blackout
  Nessa mente sã.
  Sei me defender bem.
  Mas a vida é um gigante
  De seus 2 metros
  E ela gosta
  De te tratar bem pra depois te ver na lona,
  Te esquadrinhar,
  Rever suas habilidades num milésimo de segundo,
  Fazer o tira-teima,
  Mostrar seus defeitos,
  Seus movimentos de pés tortos,
  Sem balanço enérgico,
  Ela tem um bom jab de esquerda
  E eu destro que sou
  Sempre volto
  Com os maxilares doendo pra casa.
  É uma surra e tanto achar
  Que dá pra derrotar o saco de peso.

  Tolice pura.
  Pura enganação.
  Coisa de biruta.

  Mas sovado
  Depois de um dia que fui
  Bem espancado por ela,
  Me dá uma sensação
  Já na minha cama
  De esquecimento.

  Cumpri a minha parte,
  Enfrentei o gigante.
  O Colosso de Rodes
  Que ficava lá parado,
  Mas que no mais puro assalto,
  Lhe prega uma emboscada
  E te deixa a seus pés
  Fazendo com que você bata
  As mãos no ringue
  E peça desistência pro juiz.
  Não desistência
  De covarde,
  Que é W.O.
  Mas daquelas belas batalhas
  Que algum aficionado
  Por lutas de pugilistas
  Quer ver chegar até o 12º round.

  Papo sério.
  Coisa de homem.
  Que encara de peito aberto
  A dura realidade
  E recebe com honestidade
  O seu quinhão.
 
  E eu que nem completei
  Meus 21 anos
  Já sei dessa falação
  Toda de cor e salteado,
  Que está impregnada
  Por entre as ruas e muros pixados
  Das travessas mal-iluminadas
  E das paredes das repartições,
  Dos edifícios que só autorizam
  A entrada mediante
  Inspeção,
  Das universidades
  E é claro
  Dos tribunais
  Com suas insondáveis
  Nomenclaturas.

  Sei toda essa baboseira reiterante
  De cor e salteado.

  Ninguém recluso
  E sozinho como eu
  Que só tem a responsabilidade
  De se formar
  E honrar com as dívidas
  Que a rápida emancipação
  Produz,
  Quer impugnar
  A essa gritante dívida
  Que estamos prolongando
  Cada vez mais e mais
  Com o seio dessa fértil terra.

  Agora aguenta,
  Segura as pontas
  Marinheiro de 1º viagem.

  É de se envelhecer a alma assim.

  Eu sei que toda a gratidão
  Que emana carinhosamente da minha alma
  E cala cada palavra de revolta de menino,
  Vai deixar cicatrizes
  Que estancarão
  Esse sangramento
  Causado
  Por esta falsa disritmia
  Que insiste em se manifestar
  Em cada visão que tenho
  Uma hemorragia emocional.
  Dessa fonte não sai mais nada
  Que vá ferir o sentimento de ninguém.
  Não sou do tipo que machuca.
  Mas agora me dá licença
  Tenho sono e esqueci a porta aberta.
  Vou fecha-la.
  Passar o trinco e assobiar
  Coisa que raramente faço,
  A música que meu pai
  Um dia quis que eu lhe cantasse.

  Vou dormir pra espantar
  A insônia
  E sobre o que aprendi hoje
  Com quem rema do
  Lado contrário do meu,
  Só me resta mesmo
  É o esquecimento.

Dia do Sol e de Suas Chamas

                                                "Pelo menos você se eternizou em mim"


  Ó dia do sol e de suas chamas,
  Puras como o fogo do alquimista,
  Mar azul, céu azul em conquista,
  Na areia eternizei-me aonde andas;


  Risadas e os corações tão alegres,
  Onde nossos espíritos voaram,
  Ascendidos ao céu se resgataram
  E mergulharam no mar livres;


  Ó dia do sol e de seu abraço morno
  Esquentando seu nome incomum,
  Dias passam lentos um a um,
  Mas você já não tem mais retorno.

Eu Não Ouso Dizer

  Eu não falo, não traço nem respiro teu nome;
  Não há aflição no som, nem há culpa renome;
  Mas a lágrima que me arde o rosto pode transmitir,
  Os pensamentos da mi'alma hão de repercutir,
  Tão breve a nossa paixão, tão longa p'ra nossa paz,
  Algumas horas- bastante p'ra alegria não ser fugaz,
  Nos arrependemos, abjuramos, rompemos a corrente,-
  Distanciamo-nos, mas tão logo uni-la novamente!
  Ó teu ser descansa alegre e o meu está em vigília culpa,
  O que Eu ocasionei só me faz querer te pedir desculpa,
  Perdoe-me, adoro-a!- Renuncie-me se tu quiseres;
  Mas teu coração se expirará antes de me teres,
  E o homem não deve romper- o que tu quer fazê-lo,
  Rígido p'ra altivez, tampouco servirá p'ra unifica-lo,
  O que nessa alma dorme a mais escuridão amarga será;
  É o dia que passa rápido e momento doce algum haverá,
  Contigo ao teu lado, o mundo parece estar aos nossos pés,
  Um suspiro de tua tristeza, ou um olhar de amor ao invés,
  Deve ser o bastante p'ra me corrigir ou me reprovar,
  E insensível poderá admirar aquilo pela qual Eu renuncio-
  Teus lábios hão de responder, tirando-me deste vazio.

Entrega Outonal

  Seu olhar me diz, tão claro e pueril,
  “Querido, por acaso Eu te excito?”
  - Linda! Sinto-me tão satisfeito,
  Com tudo, além de admirar seu flébil.

  Você quer me mostrar seu lado virginal,
  Impulso que incita a um doce descanso,
  Como numa lenda o encontro é o anso.
  Estimo nossa paixão por ser ela infantil.

  Amemo-nos somente em nosso refúgio,
  Caloroso, generoso, entesa o nosso efúgio.
  Sei da resplandecência do Amor natural:

  Paixão, querer e desejo- Mi'Azaléia!
  Serás minha, como sou teu, sol outonal,
  Ó divina amante, u'a dádiva que alteia.

A Chuva de Verão

  Meus livros desejei concluir, não os pude ler,
  Muda a cada página meu pensamento distraído,
  Para o prado, onde é belo o desejo do saber,
  E não importa a Targe cair ao chão do socorrido.


  Plutarco era bom, e por isso Homer foi também,
  A vida de Shakespeare seria rica novamente,
  O que li de Plutarco, era apenas mero desdém,
  De Shakespeare também, livros de teor indolente.


  Aqui, enquanto me deito debaixo da nogueira,
  O que importa dos gregos de Esparta ou à Troia,
  Se as reais batalhas são promulgadas hoje agora,  
  Entre as formigas no hummock à cata da coroa?


  Homer deve esperar 'té que Eu aprenda a questão,
  Se ao vermelho ou ao preto os deuses preferem,
  Ou lá ia Ajax com sua falange diante da invasão,
  Ganhando espaço na luta sem a nada temerem.


  Diga a Shakespeare p'ra ter algumas horas de lazer,
  Por que agora tenho negócios com a gota de orvalho,
  Mas você não vê, as nuvens carregadas a me esconder;
  Dos raios, tão logo da chuva morna tomarei um banho.


  Essa cama no gramado feita de flocos espalhados,
  No ano passado arrumada melhor do que dum soberano,
  Marcelas ou trevos, ajeito a cabeça e os pés inclinados,
  O travesseiro a agradar a visão mais bela a cada ano.


  E agora as nuvens carregadas se fecham cordialmente,
  E gentilmente sopram o vento p'ra dizer “está tudo bem”,
  As gotas espalhadas caem no meu rosto rapidamente,
  Outras tocam o lago, outras alguma flor ainda virgem.
  
  Estou bem molhado na minha modesta cama de aveia;
  Mas veja que o mundo vem girando 'té aquele caule,
  Agora como um planeta solitário lá ele ousa e flutua,
  E agora deitado vejo-o afundar 'té meu olhar pelo vale.


  Pinga e pinga das árvores p'ra todos países chuvosos,
  A riqueza rara da chuva que é destilada em cada ramo;
  O vento sozinho faz todos os sons em ritmos sinuosos,
  Mexendo nos cristais pelas folhas como um bálsamo.


  Que vergonha o sol nunca querer se mostrar sozinho,
  Que não poderia com seus raios ser tão esquentado;
  Meus cabelos pingando- tornando um Elfo a caminho,
  Pouco falta, indo feliz por que tive um dia consagrado.

Os Dias No Fronte

  Sexta-feira, 13 de Maio à;
  Quinta-feira, 06 de Outubro de 2011.

                                    I

  Estou caminhando para aí, espero chegar a tempo,
  Se eu não chegar me espere, há algo e já faz um tempo
  Que precisa ouvir calmamente o que tenho a dizer,-
  Não precisa ficar se perguntando sobre o que é;
  Na hora vai saber e irei sentar e explicar ao seu lado,
  Dobrando meus joelhos e respirando fundo a cada
  Palavra que você inevitavelmente franzir o cenho.


  Não é tão sem lógica o meu intuito e você já percebeu
  Há um bom tempo,- tem tudo a ver com nossos olhares
  Nunca cruzados, de uma ponta a outra irrompe algo
  E nem preciso comentar que isso é eterno,
  Quero colocar minhas passadas em dia para dar 
  O primeiro passo bem dado e se não for você que for
  Abrir a porta, eu sei que a chave não será necessária
  Num momento como esse, a porta estará destrancada.
  
  Irei abri-la e esperarei sua voz tranquilamente responder
  Ecoando sob o teto que não devo dirigir meu olhar na 
  Altura dos seus olhos, tudo isso por que ainda não soltou
  Suas risadas de alívio ao me reconhecer como alguém
  Digno de sua confiança, imaginando que ao me ver
  Sorria num daqueles conflitantes estados de paixão ou
  De obrigação voluntária, e pelo visto mais de uma vez.


  À propósito, estar face-a-face e contemplar seu sorriso
  Entreaberto, denotando seus dentes e contorções labiais
  É um raro momento desses que guardamos a sete chaves
  E agradecemos a algo por ter nos proporcionado, 
  Justaposto a isso é ver você me admirando e mirando
  Minhas mãos mexerem nos meus cabelos como que 
  Sufocando sutilmente um suspiro tirando o ar de gravidade
  Não só do momento mas também do meu estado.


  Á partir de quantas leves batidas no joelho posso dizer
  Que você já não é aquela tão segura garota que vive
  A me admoestar em seus momentos maternos, por que
  É assim que vejo essa sua forma de agir,- tente vagar
  Por uma ou duas frases que eu digo, tenha certeza
  Absoluta que não foram premeditadas para servirem
  De efeito numa ocasião como essa, eu não faria isso.


  Deixe-me sentar um pouco no chão da sala, não que isso
  Me traga segurança, mas desse jeito posso revirar a face
  E contornar com os olhos mais de um nuance de seu perfil
  Duma maneira que sei muito bem fazer, só não sei
  O que fazer ou falar à partir de agora, te dei o total controle
  Da situação, pode pega-lo e controla-lo de um jeito só seu
  Ou largar de mão, mas duvido que chegue tão longe.
                                     
                                         II

  Desistir não é o caminho pra nós dois, nem sabemos explicar
  Bem ao certo o por que de às vezes em momentos tão críticos
  E com certas provações nos provocarmos desse jeito tão íntimo
  E carinhoso e assim alimentarmos o que sentimos um pelo outro,
  Você sabe o que exatamente aquilo que eu tinha em mente desde
  O começo e atravessou cada etapa até chegar a um obstáculo
  Intransponível aplicando um teste de fogo para Eu passa-lo.


  Só espero que à partir de agora, encoste suas mãos nas minhas,
  E, assim, abdiquemos de tudo de impuro e infecto que tente
  Se amalgamar em nossos corpos, e nos desejos que nutrimos;
  Um pelo outro. E nenhuma lágrima será derramada em vão,
  Nenhuma palavra será proferida com a intenção que não seja
  O nosso crescimento mútuo; e nenhum delírio ou dor semelhante
  Irá atormentar e interromper a nossa trajetória daqui em diante.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Você Está Em Meus Sonhos



 Você deixou-me com um mundo
    Tão silencioso,
  Onde as noites são calmas,
    Mas Eu estou sem descansar
  E minha respiração tornou-se
   Tão leve quanto o vento.


  Nem mesmo o todo poderoso céu
   Poderia preencher o espaço
  Que você deixou para trás.


  Nem mesmo quando chove.


  Não!
    Nada toma o seu lugar,
  Seu vazio é muito grande
    Para se preencher.


  Eu tenho prendido minha respiração,
    Por tantas noites seguidas,
  E em algum lugar do litoral
    Desconhecido por mim
  Você pinta seus sonhos,
  Com vermelho, azul e verde.


  Você está pintando lírios
    Em volta do mar,
  Mas sem a mim.


  Hoje em uma brisa
    Eu senti o seu perfume,
  Mas você não estava 
    Em nenhum lugar próximo.
  E no devaneio
    Eu te senti me abraçando.
  E mesmo em meus sonhos
    Eu tremo de medo
  Da verdade que está sendo varrida,
    Pelo ritmo das ondas
  Que Eu sussurro em suas orelhas.


  Eu tenho prendido minha respiração,
    Por tantas noites seguidas,
  E em algum lugar do litoral
    Desconhecido por mim
  Você pinta seus sonhos,
    Com vermelho, azul e verde.


  Você está pintando lírios
    Em volta do mar,
  Mas sem a mim.


  Eu daria as minhas memórias
    Mais significativas
  [e doces.
    Se Eu pudesse pelo menos estar
  Contigo outra vez.
    [Estar contigo outra vez.


   Eu tenho prendido minha respiração,
    Por tantas noites seguidas,
  E em algum lugar do litoral
    Desconhecido por mim
  Você pinta seus sonhos,
    Com vermelho, azul e verde.


  Você está pintando lírios
    Em volta do mar,
  Mas sem a mim.


  Na noite passada
    Eu sonhei que estava comigo,
  [Então
    Finalmente Eu pude respirar.

Presenciando a Morte de Uma Garotinha

 






  
















  Das moradas da escuridão para o suave brilho etéreo,
  Da inocente ruptura feita através do voo funéreo;
  No seio materno do gênero de amor eterno,
  Ela encontra a beatitude acima do calor fraterno,
  É conhecido, oh! Pais, não lamentem sua perda,
  Ela sente que a mão de ferro da dor não se herda,
  A dispensação da infalível e alcançada graça,
  Deve em grato louvor tirar a sua tristeza e ameaça,
  Deixemos, nenhuma lágrima p'ra cair doravante,
  Sem nenhum sofredor no vale escuro bem adiante,
  Seu sol da manhã, que divinamente brilhante subiu,
  Foi rapidamente espalhado pela escuridão que caiu;
  Mas ouviu a benção da harpa durante a calma noite,
  E se aprendeu a imitar a linguagem transcendente,
  “Tu, Senhor, a quem se vê com coroada glória,
  “Com que doce nome e o poético som da melodia,
  “Queres ficar exultado? Arcos seráficos são fracos,
  “De uns infinitos e majestosos amores paradisíacos,
  “P'ra te deixar com todas vozes graciosas ascenderem,
  “E santos & anjos participarem do cântico e louvarem.”
  Ela fitando em perfeito êxtase na sua angelical moradia,
  Olha p'ra baixo, sorrindo e acenando dando-lhes a notícia,
  Por que, então, os pais dão esses infrutíferos gemidos?
  Contenham as lágrimas, e cessem os ruídos inarticulados,
  Libertada dum mundo de pecados, armadilhas e dores,
  Por que desejam a sua filha de volta dos jeitos inúteis?
  Não-- Resigne-se arco. Vamos esperar amainar a tristeza,
  E verificar o crescente tumulto d'alma com sutileza.
  Calmaria na prosperidade, e nos dias de adversidade,
  Adore o Deus que dá e tira como toda sua equidade,
  Sempre olhando-nos, seu nome devemos reverenciar,
  Corretamente nas ações, e a sinceridade se demonstrar,
  'Té a viagem realizar no mar tempestuoso da vida,
  E de suas rochas e as ondas tumultuosas da despedida,
  À nós mesmos, desembarcar seguros na costa próspera,
  Participando felizes da partida da menina tão prócera.


  

As Maneiras de Como Eu Amo Você

  Como Eu te amo? Deixe-me contar as maneiras.
  Eu te amo com a profundidade,
  a largura,
  e a altura,
  que a minha alma pode alcançar,
  quando está fora de vista,
  para os fins do Ser e da Graça ideal.
  Amo-te até o nível de cada dia
  da necessidade mais tranquila,
  pelo Sol
  e pela luz da vela.
  Eu te amo livremente;
  como os homens que lutam por seus direitos;
  Eu te amo puramente;
  como quando eles são transformados em louvor.
  Eu te amo como uma paixão posta em uso
  [a cada dia,
  em minhas velhas mágoas e a fé que nutro
  [desde a minha tenra infância.
  Amo-te com um Amor que me parecia perdido,
  [posto que agora o encontrei,
  Com todos os meus santos perdidos,-
  Eu te amo com a minha respiração,
  meus sorrisos,
  minhas lágrimas,
  de toda a minha vida,-
  E, se Deus quiser,
  Eu poderei te amar muito mais
  após esta vida.

Meu Amor É Como o Gelo

  Meu amor é como o gelo, e Eu o fogo:
  Vem, pois, neste seu frio tão grande,
  Não dissolve no desejo quente logo,
  Mas quando peço ele cresce da onde?


  Ou se expande com todo o meu calor,
  Sem se dissipar pela frieza congelada,
  Mas que queimo na ebulição em suor,
  E sente minha chama tão aumentada?


  Algo maravilhoso que pode ser dito,
  O fogo derrete as coisas, 'té o gelo,
  Endurecido, em um frio sem sentido.


  Devo acender a chama maravilhosa?
  Tal é o poder do amor ante o degelo,
  Podendo mudar o curso da natureza.

Retorno Abençoado

















Cristo prega complacente aos discípulos,
Revelando-se ao repartir o sagrado pão,
De súbito se fez presente o escrúpulo;
E o estalajadeiro numa muda expressão.

Distante e sereno, sem usar o manípulo;
Com apenas sua graça e consideração,
Ao retornar transcendido de seu túmulo,
Renunciando o tormento da crucificação.

Conduzindo-os p'ra algo além da vida;
Ali está, em meio a u'a pequena ceia.
Sendo límpida a surpresa tão idealizada.

– Cumpre-se afastarem-se dos pecados,
Vejam que padeci e olhem está candeia;
Provêem dela a Luz, e vós serão remidos.





São Paulo,
05 de Outubro de 2011.

O Choro das Crianças

  Fazei ouvir o choro das crianças, oh! Meus irmãos,
  Antes que a tristeza venha com os anos?
  Eles 'tão inclinando suas cabeças contra suas mães---
  E que não conseguem parar de chorar.
  Os cordeiros jovens 'tão a balir nos prados;
  As aves jovens 'tão a cantar nos ninhos;
  Os filhotes jovens 'tão brincando nas sombras;
  As flores jovens 'tão a soprar em direção ao oeste---
  Mas os jovens, jovens crianças, oh! Meus irmãos,
  Eles 'tão chorando amargamente!---
  Eles 'tão chorando no recreio dos outros
  No país da liberdade.


  Você pergunta às crianças na tristeza,
  Por que suas lágrimas 'tão caindo assim?---
  O velho pode chorar por seu amanhã
  Que se perde ao longo do tempo---
  A árvore velha 'tá sem folhas na floresta---
  O velho ano 'tá terminando a sua geada---
  A velha ferida, se atingida é a do abatimento---
  A esperança da idade é a mais difícil de ser perdida:
  Mas os jovens, jovens crianças, oh! Meus irmãos,
  Vocês perguntam-lhes por que eles 'tão
  Chorando dolorosamente no seio de suas mães,
  Em nossa pátria feliz?


  Eles olham p'ra cima, com os rostos pálidos e fundos,
  E seus olhares são tristes de se ver,
  Pro sofrimento do homem abominável, aperta-se
  P'ra baixo as bochechas da infância---
  “Sua terra antiga”, dizem eles, “é muito triste”;
  “Nossos jovens pés”, eles dizem, “são muito fracos!”
  Alguns passos que temos dado, ainda são cansativos,
  Os restos de nossas sepulturas é muito longe p'ra buscar,
  Indague ao velho por que choram, e não às crianças;
  P'ra terra ao além se 'tá muito frio,
  E nós os jovens fora disso, nem estamos desconcertados,
  E os túmulos são p'ra quem já é idoso.



  "Verdade", dizem os filhos, "pode acontecer
  Que morram antes do tempo.
  A pequena menina morreu ano passado- o túmulo é moldado
  Como u'a bola de neve, na geada.
  Nós olhamos p'ra cova preparada p'ra levá-la---
  Não havia espaço p'ra qualquer trabalho no barro;
  Do sono em qu'ela não irá poder acordar,
  Gritando: "levante-se querida! Já é de dia."
  Se você ouvir por este túmulo, no Sol e na chuva,
  Com o ouvido p'ra baixo, a menina não irá chorar!---
  Poderíamos ver seu rosto, certificando de não conhecê-la,
  Pois o sorriso terá tempo p'ra crescer em seus olhos---
  E jovial em seus momentos, embalada e calada
  No sudário, pelo sino da igreja!
  É bom que isso aconteça, "dizem os nossos filhos,
  "Que nós morremos antes do nosso tempo."


  Ai, ai, as crianças! Elas 'tão buscando
  A morte na vida, o melhor que puder ter!
  Elas 'tão vinculando longe o coração do desapontamento,
  Com u'a mortalha na sepultura.
  Se vá, crianças, à partir das minas e da cidade---
  Cantem, crianças, como apenas o tordo faz---
  Arranquem a bonita grama do prado---
  Riem em voz alta, p'ra sentirem os dedos tocando-nas!
  Mas elas respondem: "as prímulas do prado
  Como as ervas daninhas aproximam-se das minhas?
  Deixem-nos em silêncio, no escuro das sombras à carvão,
  De seus prazeres justos e bons!


  "Pois, durante o dia, as rodas 'tão zumbindo, transformando,---
  Seu vento vem na nossa cara,---
  'Té nossos corações por sua vez,---as cabeças e pulsos queimando,
  Transforma o céu em branco numa janela alta e cambaleante,
  Acende a luz num comprimento que goteja no muro---
  Espante as moscas pretas que se arrastam ao longo do teto---
  Todos 'tão se voltando, todo dia, e nós com eles também---
  E, durante todo o dia, as rodas de ferro 'tão zunindo;
  E às vezes poderíamos orar;
  "Oh! Rodas," (saí um gemido louco)
  "Parem! Fiquem em silêncio no dia a dia!"


  Ai! Fique em silêncio!  Deixe ouvir as outras respirações,
  Por um momento, boca a boca,---
  Deixe que elas se toquem com as mãos, numa nova guirlanda
  De sua juventude do oferecimento humano!
  Deixe-as sentir qu'este movimento de frio metálico
  Não é de longe o modo da vida pela qual Deus nos revela---
  Deixe-as provar su'almas p'ra dentro, contra a noção
  Que vivem em você, sob você, oh! Rodas---
  Ainda sim, durante todo o dia, as rodas de ferro vão p'ra frente,
  Moindo numa marca a vida p'ra baixo,
  E as almas das crianças, que Deus 'tá chamando em direção ao Sol,
  Gira cegamente pelo escuro.


  Agora, diga às crianças pobres e jovens, oh! Meus irmãos,
  A olhar p'ra Ele e orar---
  Então o abençoado, qu'abençoa a todos os outros,
  Vai abençoa-los outro dia.
  Elas respondem: "quem é o deus que nos ouve,
  Branco e apressado nas rodas de ferro tão agitado?
  Quando chorar em voz alta, as criaturas humanas perto de nós
  Passam, nem ouvem, ou respondem a u'a palavra!
  E nós não ouvimos (p'ras rodas de ferro retumbantes)
  Estranhos falando na porta:
  É provável que Deus, cantando em volta Dele,
  Ouve o nosso choro de algum modo?


  Duas palavras, de fato, d'uma oração lembramos,
  E na hora da meia-noite d'uma iniquidade---
  "Pai Nosso", olhando p'ra cima na câmara,
  Dizemos suavemente por um encanto.
  Sabemos que não há palavras, exceto "Pai Nosso",
  E pensamos que, em alguns pausa na música dos anjos,
  Deus pode arrebatá-las com o silêncio doce p'ra reuni-las,
  E mantenha sua mão direita por perto, que ela é forte.
  "Pai Nosso!" Se Ele nos ouviu, Ele certamente
  (Por que chamá-lo de bom e calmo)
  Responde, sorrindo pro mundo íngreme por inteiro,
  "Venham, e descansem comigo, meus filhos."


  "Mas não!" dizem os filhos, chorando mais rápido
  "Ele é mudo como u'a pedra
  E diz à nós, de Sua imagem é o mestre
  Que nos manda trabalhar.
  Vão!" Dizem os filhos,---elevem-se aos céus,
  Escuro, feito u'a roda, transformando em nuvens
  A tudo que conseguir encontrar,
  Não zombem de nós, a tristeza nos fez incrédulos---
  Nós olhamos p'ra Deus, mas as lágrimas nos fizeram cegos."
  Você ouve as crianças chorando e refutando,
  Oh! Meu irmão, por que haveis de pregar?
  Por Deus é ensinada a Sua palavra pelo mundo---
  E às crianças em cada dúvida.


  E bem pode chorar os filhos antes de você,
  Elas 'tão cansados antes mesmo de correrem,
  Elas nunca viram a luz do Sol, nem a glória
  Que é mais brilhante do que o próprio Sol:
  Elas conhecem o sofrimento do homem, mas não a sabedoria;
  Afundem-se no desespero do homem, sem a Sua calma---
  São escravos, sem a liberdade na cristandade,---
  São mártires, pela palma retirada d'angústia,
  São usadas, como se a idade, ainda irretratável
  E nenhuma lembrança querida se mantém,---
  São órfãos do Amor terreno e celestial:
  Deixe-as chorar! Deixe-as chorar!


  Olham p'ra cima, com os olhos pálidos e fundos,
  E seus olhares são tristes de se ver,
  Por que você pensa nos anjos e em seus lugares,
  Como o olhar significa o mesmo p'ra Deidade;---
  "Quanto tempo", dizem eles: "quanto tempo, nação cruel,
  Você vai ficar, p'ra mover o mundo, no coração de u'a criança,
  Joelhos arqueados de um salto de um corpo em palpitação,
  E andará p'ra frente rumo ao seu trono no meio a tentação,
  Salpicando de sangue ao redor, oh! Nossos tiranos,
  E se mostrará ígneo o caminho percorrido,
  Mas os soluços das crianças amaldiçoará no silêncio,
  Mais do que o homem forte em toda a sua ira!"