terça-feira, 5 de julho de 2011

Irei Disseminar Em Todas As Almas a Minha Esperança

                      “Eu sonho em ser alguém
                      Quem sabe já não o seja,
                      Mas como queiras,
                      Irei disseminar a minha palavra,
                      Até lá não me apague de seu coração”






  Quando damos conta de nossa vocação
  Nosso coração chora de alegria,
  As artérias e sangue oxigenado
  Bombam gentilmente e levam ao cérebro
  Um pouco da virtude que se espelha
  Em reflexões.


  Estas já o foram amargas,
  As ponderações pediam equilíbrio,
  Suponhamos agora
  Que estatelado ao chão
  Vozes de um brado parassem
  Por conta do desequilíbrio.


  O que fazer então
  Nesta ponte encruzilhada,
  Sendo que a esperança
  Jaz desacordada?


  É verdade um feriado
  A mais se aproxima
  E dormindo está a vontade
  De perdoar a si próprio.


  Por que inutilizar a palavra
  Que latente figulra por detrás
  Das controvérsias,
  Sempre ardilosamente
  Composta de indizíveis peripécias.


  Aqui estou,
  Deposto da minha branca cama,
  Arrumado e feito tal qual
  Pássaro liberto de uma gaiola
  Equinocial.


  Por que olhar então o paralelo
  Se o que tenho em mente
  Está bem a minha frente,
  Andando lado a lado
  É que está a vaidade de se achar
  Incólume e não merecedor de tal oferta?


  Um pouco disso tudo,
  Disso tudo me atrevo,
  Um dia quem sabe,
  Não! Agora é o dia
  De dar voz a razão.


  Aqui estou,
  Por que não agora engendrar um plano,
  Uma planificação da minha palavra,
  Que dure quem sabe mais que um ano?


  Vez ou outra,
  A torneira se fecha,
  Mas alguém há de abri-la e refrescar
  Um pouco da face.


  Já dura um segundo,
  Então o jeito é fazê-la confiar,
  Num segundo já existe a confiança,
  Foi disseminada por frágeis mãos.


  Somente algo esperançoso,
  Um tributo aveludado
  À sua memória
  Que a faz levar a mão
  Ao rosto e se perguntar
  Se foi verídico.


  Mas escapa-lhe
  Como num salto,
  Mas mais uma vez suponhamos,
  Se faça em atenção
  Essa humilde suposição,
  Reveja o que foi dito acima
  E coloque o amor ineficaz
  Para dar corda a uma falsa suposição.


  É o que vês.
  Um mero algoritmo,
  Um anagrama perpétuo,
  Ao invés de amor,
  Vês Roma em decaída.


  A decaída maneira de enxergar-me,
  Mas estou em trajes
  Não andrajos,
  Suponha que lhe é agradável
  Relembrar-te da minha forma,
  Do toque e da palavra balsâmica
  Que lhe ofertava à troco
  Que frutificasse em mim
  Sua consideração.


  Se o que tenho agora
  É restos de uma sabedoria partilhada,
  Vejamos meus sentidos,
  Tato, audição, visão, olfato e por último
  O paladar,
  Todas juntas deram formas insalubres
  Que banhavam o mar de sua congênere
  Beleza.

  Agora é a sua vez,
  Sentada relembrando,
  Analisando forçosamente
  Em sua cadeira
  E depois jogada pensativamente
  Na poltrona de sua sala de estar.


  O que vês afora das vidraças?
  Contornos dissimulados ou
  Quem sabe orfãos da oportunidade
  De serem merecedores de algo generoso?


  Nem há tanta névoa assim,
  O dia tratou de leva-las p'ra bem longe,
  Longe está,
  Longe foi-se,
  Longe retorna de tão longe
  Que de longe é a longitude de seu pensar.


  Somos inquilinos duma casa de aluguel
  Em ruinas ou jovens herdeiros
  De um genuíno paradoxo
  Que nos derrama em alegria intensa?


  No que pensas,
  Meu amor?
  Acaso relembra-te que no dia de nosso
  Primeiro encontro eu falava-te
  De que na cama de minha mãe estive
  E lá disfarcei meu choro
  À não disseminar meu culposo estado?
  
  Sabes tanto disfarçar que meu
  Verdadeiro intuito
  É relembrar p'ra cada alma
  O que cadafalso nenhum dará
  Conta de mostrar.


  Amor esperançoso,
  De fonte rentável e que gera lucros
  Amontoando em pilhas e pilhas
  De venéreo calor humano.


  Trabalho que todos querem ter,
  Mas poucos possuem a vontade,
  Só vontade alarmada,
  Esmiuçada em paradigmas que
  Costumam se entrechocar
  Nos ônibus que os deixam
  Tão próximos do trabalho diário.
   
  Se acompanhares o raciocínio,
  Verás que ponderaste
  E triunfaste um pouco mais,
  Trazendo-me para perto de ti
  Num abraço sazonal 
  Onde a primavera é vivida.


  Cortaste o ramo um centímetro
  A mais,
  Um centímetro de menos,
  Desses ramos que germinam
  Ideias que são falsificadas
  Quando a refeição do meio-dia
  É servida nas mesas dos lares.


  Já cortado um ramo,
  Um ramo posto de lado,
  Afora vida que brota algo 
  Em meus pulmões planificáveis
  Por sementes,
  Sementes plantadas,
  Regadas e colhidas
  Ao toque do seu sono.


  Dormes tarde
  E a vida pede curto despertar,
  Poucas horas para ponderar,
  Contudo
  Algo mudará,
  Mudarei de alguma forma.


  Devorada as verdades estão sendo
  No despertar do horizonte,
  Flanando em asas as conclusões
  Nos são trazidas pelas cegonhas
  De algum afrodisíaco interesse,
  Franjas que nelas se demonstram e
  Nos quedam feito crianças inocentes,
  Minha mãe e a tua, torcem por nós dois
  E todas mães de todos nós
  Entre terços, bençãos, livros científicos
  Ou até mesmo numa ligação internacional
  Emocionada.


  Não seremos levados por estes pássaros,
  Eles apenas nos trazem algo,
  Agora resta saber se faremos algo com 
  O que eles trouxeram
  E a cada suposição e conclusão chegada
  Lembrarmos que eles estiveram em altas
  Paragens.


  Por detrás de seu pensamento
  E de todos que querem me ouvir
  Disseminando em vossas almas
  A minha esperança,
  É para alto que apontam vossas 
  Faces e encaminham desejosos votos
  De felicidade comunal
  Ou para o frio desolador
  Dum traidor vício
  Que se resguarda numa virtude postiça?


  Caminhe calada,
  Caminhem calados,
  Sem livro algum debaixo do braço,
  A audácia daqui não nos alcança 
  Enquanto estiverem sob efeito do meu
  Refletor de pureza.


  Reflitam com franqueza
  Numa alma perpendicular aos vossos sonhos,
  Formando um triangulo da mais pura
  Solicitude,
  A mim
                   Que sou teu Reino,
  Não lhe serão retiradas as mãos de conforto,
                  Sob meu nome 
  Hão de escutar.


  Alguém como vós e a você
  Que passaste pela minha vida
  Deixando rastro,
  Pegadas que farejo como cão apegado
  Ao dono,
  Eu desapeguei-me de falsas verdades,
  Agora sim estou pronto
  Para disseminar em vossas almas
  E na tua alma
  Minha sincera esperança,
  Pronto estou,
  Pronto agora,
  À receber de ti aquilo
  Que esperavas ansiosamente 
  Mostrar-me tempos atrás. 




  

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