Quem sabe já não o seja,
Mas como queiras,
Irei disseminar a minha palavra,
Até lá não me apague de seu coração”
Quando damos conta de nossa vocação
Nosso coração chora de alegria,
As artérias e sangue oxigenado
Bombam gentilmente e levam ao cérebro
Um pouco da virtude que se espelha
Em reflexões.
Estas já o foram amargas,
As ponderações pediam equilíbrio,
Suponhamos agora
Que estatelado ao chão
Vozes de um brado parassem
Por conta do desequilíbrio.
O que fazer então
Nesta ponte encruzilhada,
Sendo que a esperança
Jaz desacordada?
É verdade um feriado
A mais se aproxima
E dormindo está a vontade
De perdoar a si próprio.
Por que inutilizar a palavra
Que latente figulra por detrás
Das controvérsias,
Sempre ardilosamente
Composta de indizíveis peripécias.
Aqui estou,
Deposto da minha branca cama,
Arrumado e feito tal qual
Pássaro liberto de uma gaiola
Equinocial.
Por que olhar então o paralelo
Se o que tenho em mente
Está bem a minha frente,
Andando lado a lado
É que está a vaidade de se achar
Incólume e não merecedor de tal oferta?
Um pouco disso tudo,
Disso tudo me atrevo,
Um dia quem sabe,
Não! Agora é o dia
De dar voz a razão.
Aqui estou,
Por que não agora engendrar um plano,
Uma planificação da minha palavra,
Que dure quem sabe mais que um ano?
Vez ou outra,
A torneira se fecha,
Mas alguém há de abri-la e refrescar
Um pouco da face.
Já dura um segundo,
Então o jeito é fazê-la confiar,
Num segundo já existe a confiança,
Foi disseminada por frágeis mãos.
Somente algo esperançoso,
Um tributo aveludado
À sua memória
Que a faz levar a mão
Ao rosto e se perguntar
Se foi verídico.
Mas escapa-lhe
Como num salto,
Mas mais uma vez suponhamos,
Se faça em atenção
Essa humilde suposição,
Reveja o que foi dito acima
E coloque o amor ineficaz
Para dar corda a uma falsa suposição.
É o que vês.
Um mero algoritmo,
Um anagrama perpétuo,
Ao invés de amor,
Vês Roma em decaída.
A decaída maneira de enxergar-me,
Mas estou em trajes
Não andrajos,
Suponha que lhe é agradável
Relembrar-te da minha forma,
Do toque e da palavra balsâmica
Que lhe ofertava à troco
Que frutificasse em mim
Sua consideração.
Se o que tenho agora
É restos de uma sabedoria partilhada,
Vejamos meus sentidos,
Tato, audição, visão, olfato e por último
O paladar,
Todas juntas deram formas insalubres
Que banhavam o mar de sua congênere
Beleza.
Agora é a sua vez,
Sentada relembrando,
Analisando forçosamente
Em sua cadeira
E depois jogada pensativamente
Na poltrona de sua sala de estar.
O que vês afora das vidraças?
Contornos dissimulados ou
Quem sabe orfãos da oportunidade
De serem merecedores de algo generoso?
Nem há tanta névoa assim,
O dia tratou de leva-las p'ra bem longe,
Longe está,
Longe foi-se,
Longe retorna de tão longe
Que de longe é a longitude de seu pensar.
Somos inquilinos duma casa de aluguel
Em ruinas ou jovens herdeiros
De um genuíno paradoxo
Que nos derrama em alegria intensa?
No que pensas,
Meu amor?
Acaso relembra-te que no dia de nosso
Primeiro encontro eu falava-te
De que na cama de minha mãe estive
E lá disfarcei meu choro
À não disseminar meu culposo estado?
Sabes tanto disfarçar que meu
Verdadeiro intuito
É relembrar p'ra cada alma
O que cadafalso nenhum dará
Conta de mostrar.
Amor esperançoso,
De fonte rentável e que gera lucros
Amontoando em pilhas e pilhas
De venéreo calor humano.
Trabalho que todos querem ter,
Mas poucos possuem a vontade,
Só vontade alarmada,
Esmiuçada em paradigmas que
Costumam se entrechocar
Nos ônibus que os deixam
Tão próximos do trabalho diário.
Se acompanhares o raciocínio,
Verás que ponderaste
E triunfaste um pouco mais,
Trazendo-me para perto de ti
Num abraço sazonal
Onde a primavera é vivida.
Cortaste o ramo um centímetro
A mais,
Um centímetro de menos,
Desses ramos que germinam
Ideias que são falsificadas
Quando a refeição do meio-dia
É servida nas mesas dos lares.
Já cortado um ramo,
Um ramo posto de lado,
Afora vida que brota algo
Em meus pulmões planificáveis
Por sementes,
Sementes plantadas,
Regadas e colhidas
Ao toque do seu sono.
Dormes tarde
E a vida pede curto despertar,
Poucas horas para ponderar,
Contudo
Algo mudará,
Mudarei de alguma forma.
Devorada as verdades estão sendo
No despertar do horizonte,
Flanando em asas as conclusões
Nos são trazidas pelas cegonhas
De algum afrodisíaco interesse,
Franjas que nelas se demonstram e
Nos quedam feito crianças inocentes,
Minha mãe e a tua, torcem por nós dois
E todas mães de todos nós
Entre terços, bençãos, livros científicos
Ou até mesmo numa ligação internacional
Emocionada.
Não seremos levados por estes pássaros,
Eles apenas nos trazem algo,
Agora resta saber se faremos algo com
O que eles trouxeram
E a cada suposição e conclusão chegada
Lembrarmos que eles estiveram em altas
Paragens.
Por detrás de seu pensamento
E de todos que querem me ouvir
Disseminando em vossas almas
A minha esperança,
É para alto que apontam vossas
Faces e encaminham desejosos votos
De felicidade comunal
Ou para o frio desolador
Dum traidor vício
Que se resguarda numa virtude postiça?
Caminhe calada,
Caminhem calados,
Sem livro algum debaixo do braço,
A audácia daqui não nos alcança
Enquanto estiverem sob efeito do meu
Refletor de pureza.
Reflitam com franqueza
Numa alma perpendicular aos vossos sonhos,
Formando um triangulo da mais pura
Solicitude,
A mim
Que sou teu Reino,
Não lhe serão retiradas as mãos de conforto,
Sob meu nome
Hão de escutar.
Alguém como vós e a você
Que passaste pela minha vida
Deixando rastro,
Pegadas que farejo como cão apegado
Ao dono,
Eu desapeguei-me de falsas verdades,
Agora sim estou pronto
Para disseminar em vossas almas
E na tua alma
Minha sincera esperança,
Pronto estou,
Pronto agora,
À receber de ti aquilo
Que esperavas ansiosamente
Mostrar-me tempos atrás.
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