terça-feira, 8 de novembro de 2011

Lápide Onde Jazem Meus Sonhos


  Adiante, pelas noutes, medonhas,
  — Já não ensejo, a vaga d'um coval —
  Mesmo no amanhecer, as vicunhas;
  Sejam o pano com seu torcer bestial.


  As traças que por ali retorcidas roerem,
  Tanto meu corpo, quanto as sobras,
  De meu cadáver, hão de todas morrerem.
  Pois é d'um letal legado minhas cinzas.


  E da cabeça que inda, era inocente,
  Nos tempos de cândida ventura... beleza,
  Alegria que de tão bela jorrou dormente;


  Nada mais são agora; simples lembranças,
  Entre a carcaça pútrida e a pulcra rijeza,
  Enterradas co'a alma sem-aventurança.

Um comentário:

  1. As pálpebras descoradas fecharam-se
    São apenas paupérrimas recordações
    Bailando defronte ao sepulcro...

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