terça-feira, 15 de novembro de 2011

Prostíbulo

  


  Musa venal, amada por mim a noute,
  Chegas calada a por o peso no estrado,
  P'ra mais comigo um serão mal dormido;
  Realizar meu desejo, tirando teu corpete.


  Alijo a camisa, e o paletó todo desbotado,
  E acaricio tua face de luz deslumbrante.
  Estamos à sós no leito por mim aquecido,
  E dou-te em troca u'a quantia insinuante.


  A apetite crua se mistura co'a tristura,
  De fatigares e seres possuída adulando;
  O corpo vigoroso que prova tua frescura;


  Ou um estroina, a saciar-te a diária fome,
  Sugando teu propenso leite, e ocultando;
  A face sombria, e malquista d'um síndrome. 

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