quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Compreendendo a Morte

  


  Absorto, langoroso, resvalo na sepultura,
   d'uma campa pétrea e fria...
  Sombreada pela abandonada incompreensão.
   Ali o Amor jaz co'a graça valedoura.
  E eu te entendo, o que o teu silente zéfiro
   quer me dizer, sussurrante...
  Estou fadado há tempos, e eu queria dizer;
   com vigor pressionar-me a estertorar tal abafo;
  impronunciável... incontível...
   Ainda sim, não enerva-me estar nesta lápide,
  sentado, sentindo a tua afável presença,
   e numa união d'almas, lês meus pensamentos,
  sabes d'um jeito ou doutro, que sinto tua Dor.
   O tamanho desta não findou co'a pira funerária,
  apenas amalgamou-se em minha pele lúrida.
   Tua existência, esta que renasce novamente,
  sem tremura, me quedo, a sentir seu contato.
   O gosto amargo na garganta engulo lentamente,
  pois sei que por teu invite, provarei na Morte
   um sabor melhor, que a Vida me privou.

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