Absorto, langoroso, resvalo na sepultura,
d'uma campa pétrea e fria...
Sombreada pela abandonada incompreensão.
Ali o Amor jaz co'a graça valedoura.
E eu te entendo, o que o teu silente zéfiro
quer me dizer, sussurrante...
Estou fadado há tempos, e eu queria dizer;
com vigor pressionar-me a estertorar tal abafo;
impronunciável... incontível...
Ainda sim, não enerva-me estar nesta lápide,
sentado, sentindo a tua afável presença,
e numa união d'almas, lês meus pensamentos,
sabes d'um jeito ou doutro, que sinto tua Dor.
O tamanho desta não findou co'a pira funerária,
apenas amalgamou-se em minha pele lúrida.
Tua existência, esta que renasce novamente,
sem tremura, me quedo, a sentir seu contato.
O gosto amargo na garganta engulo lentamente,
pois sei que por teu invite, provarei na Morte
um sabor melhor, que a Vida me privou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário