domingo, 13 de novembro de 2011

Possessão



  Minai a resistência ao corpo perene,
  — Entrego-me ao guia, filho amado.
  Surpreendo-me ao compasso infrene,
  — Tão incerto, o aspecto desfigurado.


  Oferece-me seu abraço e canto ritmado.
  Recuo: — Deixe-a, imploro! E indene
  Lê meu pensamento: "—Sou pois odiado,
  Mas não é sua mãe, e sim um unígene."


  Um elo duplo naquela que me geraste,
  A escuma molda em minha face rendida,
  E o grito do desespero, rui de desgaste.


  Sem piedade, arrojo ao chão agoirento,
  Balbuciando meu ateísmo vão em decaída.
  E a médium: — "A ciência não traz alento!"

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