sábado, 26 de novembro de 2011

Cemitério a Beira-mar





  Orla crespa, banhada pelo inquieto oceano,
  Sempre há de mortificar, das vigas aterradas,
  Sem que haja espaço para o temor diáfano,
  Das sepulturas pondo-se às escondidas...


  Vez ou outra se vê, imagens estendidas,
  Terços beijando os epítetos; entorno...
  Mal sentes da reza das vozes esquecidas,
  Lá sepultadas, a queixa dalgum transtorno.


  São, olvidadas almas, pela nívea escuma,
  Segregando segredos, partilhados na morte,
  E ninguém há de sondar, pois algo se abruma...


  Resta ao familiar, fascinado desde séculos,
  Na necrópole marítima, contemplar o combate,
  Travado pelos aflitos dentro dos túmulos...

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