quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O Choro das Crianças

  Fazei ouvir o choro das crianças, oh! Meus irmãos,
  Antes que a tristeza venha com os anos?
  Eles 'tão inclinando suas cabeças contra suas mães---
  E que não conseguem parar de chorar.
  Os cordeiros jovens 'tão a balir nos prados;
  As aves jovens 'tão a cantar nos ninhos;
  Os filhotes jovens 'tão brincando nas sombras;
  As flores jovens 'tão a soprar em direção ao oeste---
  Mas os jovens, jovens crianças, oh! Meus irmãos,
  Eles 'tão chorando amargamente!---
  Eles 'tão chorando no recreio dos outros
  No país da liberdade.


  Você pergunta às crianças na tristeza,
  Por que suas lágrimas 'tão caindo assim?---
  O velho pode chorar por seu amanhã
  Que se perde ao longo do tempo---
  A árvore velha 'tá sem folhas na floresta---
  O velho ano 'tá terminando a sua geada---
  A velha ferida, se atingida é a do abatimento---
  A esperança da idade é a mais difícil de ser perdida:
  Mas os jovens, jovens crianças, oh! Meus irmãos,
  Vocês perguntam-lhes por que eles 'tão
  Chorando dolorosamente no seio de suas mães,
  Em nossa pátria feliz?


  Eles olham p'ra cima, com os rostos pálidos e fundos,
  E seus olhares são tristes de se ver,
  Pro sofrimento do homem abominável, aperta-se
  P'ra baixo as bochechas da infância---
  “Sua terra antiga”, dizem eles, “é muito triste”;
  “Nossos jovens pés”, eles dizem, “são muito fracos!”
  Alguns passos que temos dado, ainda são cansativos,
  Os restos de nossas sepulturas é muito longe p'ra buscar,
  Indague ao velho por que choram, e não às crianças;
  P'ra terra ao além se 'tá muito frio,
  E nós os jovens fora disso, nem estamos desconcertados,
  E os túmulos são p'ra quem já é idoso.



  "Verdade", dizem os filhos, "pode acontecer
  Que morram antes do tempo.
  A pequena menina morreu ano passado- o túmulo é moldado
  Como u'a bola de neve, na geada.
  Nós olhamos p'ra cova preparada p'ra levá-la---
  Não havia espaço p'ra qualquer trabalho no barro;
  Do sono em qu'ela não irá poder acordar,
  Gritando: "levante-se querida! Já é de dia."
  Se você ouvir por este túmulo, no Sol e na chuva,
  Com o ouvido p'ra baixo, a menina não irá chorar!---
  Poderíamos ver seu rosto, certificando de não conhecê-la,
  Pois o sorriso terá tempo p'ra crescer em seus olhos---
  E jovial em seus momentos, embalada e calada
  No sudário, pelo sino da igreja!
  É bom que isso aconteça, "dizem os nossos filhos,
  "Que nós morremos antes do nosso tempo."


  Ai, ai, as crianças! Elas 'tão buscando
  A morte na vida, o melhor que puder ter!
  Elas 'tão vinculando longe o coração do desapontamento,
  Com u'a mortalha na sepultura.
  Se vá, crianças, à partir das minas e da cidade---
  Cantem, crianças, como apenas o tordo faz---
  Arranquem a bonita grama do prado---
  Riem em voz alta, p'ra sentirem os dedos tocando-nas!
  Mas elas respondem: "as prímulas do prado
  Como as ervas daninhas aproximam-se das minhas?
  Deixem-nos em silêncio, no escuro das sombras à carvão,
  De seus prazeres justos e bons!


  "Pois, durante o dia, as rodas 'tão zumbindo, transformando,---
  Seu vento vem na nossa cara,---
  'Té nossos corações por sua vez,---as cabeças e pulsos queimando,
  Transforma o céu em branco numa janela alta e cambaleante,
  Acende a luz num comprimento que goteja no muro---
  Espante as moscas pretas que se arrastam ao longo do teto---
  Todos 'tão se voltando, todo dia, e nós com eles também---
  E, durante todo o dia, as rodas de ferro 'tão zunindo;
  E às vezes poderíamos orar;
  "Oh! Rodas," (saí um gemido louco)
  "Parem! Fiquem em silêncio no dia a dia!"


  Ai! Fique em silêncio!  Deixe ouvir as outras respirações,
  Por um momento, boca a boca,---
  Deixe que elas se toquem com as mãos, numa nova guirlanda
  De sua juventude do oferecimento humano!
  Deixe-as sentir qu'este movimento de frio metálico
  Não é de longe o modo da vida pela qual Deus nos revela---
  Deixe-as provar su'almas p'ra dentro, contra a noção
  Que vivem em você, sob você, oh! Rodas---
  Ainda sim, durante todo o dia, as rodas de ferro vão p'ra frente,
  Moindo numa marca a vida p'ra baixo,
  E as almas das crianças, que Deus 'tá chamando em direção ao Sol,
  Gira cegamente pelo escuro.


  Agora, diga às crianças pobres e jovens, oh! Meus irmãos,
  A olhar p'ra Ele e orar---
  Então o abençoado, qu'abençoa a todos os outros,
  Vai abençoa-los outro dia.
  Elas respondem: "quem é o deus que nos ouve,
  Branco e apressado nas rodas de ferro tão agitado?
  Quando chorar em voz alta, as criaturas humanas perto de nós
  Passam, nem ouvem, ou respondem a u'a palavra!
  E nós não ouvimos (p'ras rodas de ferro retumbantes)
  Estranhos falando na porta:
  É provável que Deus, cantando em volta Dele,
  Ouve o nosso choro de algum modo?


  Duas palavras, de fato, d'uma oração lembramos,
  E na hora da meia-noite d'uma iniquidade---
  "Pai Nosso", olhando p'ra cima na câmara,
  Dizemos suavemente por um encanto.
  Sabemos que não há palavras, exceto "Pai Nosso",
  E pensamos que, em alguns pausa na música dos anjos,
  Deus pode arrebatá-las com o silêncio doce p'ra reuni-las,
  E mantenha sua mão direita por perto, que ela é forte.
  "Pai Nosso!" Se Ele nos ouviu, Ele certamente
  (Por que chamá-lo de bom e calmo)
  Responde, sorrindo pro mundo íngreme por inteiro,
  "Venham, e descansem comigo, meus filhos."


  "Mas não!" dizem os filhos, chorando mais rápido
  "Ele é mudo como u'a pedra
  E diz à nós, de Sua imagem é o mestre
  Que nos manda trabalhar.
  Vão!" Dizem os filhos,---elevem-se aos céus,
  Escuro, feito u'a roda, transformando em nuvens
  A tudo que conseguir encontrar,
  Não zombem de nós, a tristeza nos fez incrédulos---
  Nós olhamos p'ra Deus, mas as lágrimas nos fizeram cegos."
  Você ouve as crianças chorando e refutando,
  Oh! Meu irmão, por que haveis de pregar?
  Por Deus é ensinada a Sua palavra pelo mundo---
  E às crianças em cada dúvida.


  E bem pode chorar os filhos antes de você,
  Elas 'tão cansados antes mesmo de correrem,
  Elas nunca viram a luz do Sol, nem a glória
  Que é mais brilhante do que o próprio Sol:
  Elas conhecem o sofrimento do homem, mas não a sabedoria;
  Afundem-se no desespero do homem, sem a Sua calma---
  São escravos, sem a liberdade na cristandade,---
  São mártires, pela palma retirada d'angústia,
  São usadas, como se a idade, ainda irretratável
  E nenhuma lembrança querida se mantém,---
  São órfãos do Amor terreno e celestial:
  Deixe-as chorar! Deixe-as chorar!


  Olham p'ra cima, com os olhos pálidos e fundos,
  E seus olhares são tristes de se ver,
  Por que você pensa nos anjos e em seus lugares,
  Como o olhar significa o mesmo p'ra Deidade;---
  "Quanto tempo", dizem eles: "quanto tempo, nação cruel,
  Você vai ficar, p'ra mover o mundo, no coração de u'a criança,
  Joelhos arqueados de um salto de um corpo em palpitação,
  E andará p'ra frente rumo ao seu trono no meio a tentação,
  Salpicando de sangue ao redor, oh! Nossos tiranos,
  E se mostrará ígneo o caminho percorrido,
  Mas os soluços das crianças amaldiçoará no silêncio,
  Mais do que o homem forte em toda a sua ira!"

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