sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Os Dias No Fronte

  Sexta-feira, 13 de Maio à;
  Quinta-feira, 06 de Outubro de 2011.

                                    I

  Estou caminhando para aí, espero chegar a tempo,
  Se eu não chegar me espere, há algo e já faz um tempo
  Que precisa ouvir calmamente o que tenho a dizer,-
  Não precisa ficar se perguntando sobre o que é;
  Na hora vai saber e irei sentar e explicar ao seu lado,
  Dobrando meus joelhos e respirando fundo a cada
  Palavra que você inevitavelmente franzir o cenho.


  Não é tão sem lógica o meu intuito e você já percebeu
  Há um bom tempo,- tem tudo a ver com nossos olhares
  Nunca cruzados, de uma ponta a outra irrompe algo
  E nem preciso comentar que isso é eterno,
  Quero colocar minhas passadas em dia para dar 
  O primeiro passo bem dado e se não for você que for
  Abrir a porta, eu sei que a chave não será necessária
  Num momento como esse, a porta estará destrancada.
  
  Irei abri-la e esperarei sua voz tranquilamente responder
  Ecoando sob o teto que não devo dirigir meu olhar na 
  Altura dos seus olhos, tudo isso por que ainda não soltou
  Suas risadas de alívio ao me reconhecer como alguém
  Digno de sua confiança, imaginando que ao me ver
  Sorria num daqueles conflitantes estados de paixão ou
  De obrigação voluntária, e pelo visto mais de uma vez.


  À propósito, estar face-a-face e contemplar seu sorriso
  Entreaberto, denotando seus dentes e contorções labiais
  É um raro momento desses que guardamos a sete chaves
  E agradecemos a algo por ter nos proporcionado, 
  Justaposto a isso é ver você me admirando e mirando
  Minhas mãos mexerem nos meus cabelos como que 
  Sufocando sutilmente um suspiro tirando o ar de gravidade
  Não só do momento mas também do meu estado.


  Á partir de quantas leves batidas no joelho posso dizer
  Que você já não é aquela tão segura garota que vive
  A me admoestar em seus momentos maternos, por que
  É assim que vejo essa sua forma de agir,- tente vagar
  Por uma ou duas frases que eu digo, tenha certeza
  Absoluta que não foram premeditadas para servirem
  De efeito numa ocasião como essa, eu não faria isso.


  Deixe-me sentar um pouco no chão da sala, não que isso
  Me traga segurança, mas desse jeito posso revirar a face
  E contornar com os olhos mais de um nuance de seu perfil
  Duma maneira que sei muito bem fazer, só não sei
  O que fazer ou falar à partir de agora, te dei o total controle
  Da situação, pode pega-lo e controla-lo de um jeito só seu
  Ou largar de mão, mas duvido que chegue tão longe.
                                     
                                         II

  Desistir não é o caminho pra nós dois, nem sabemos explicar
  Bem ao certo o por que de às vezes em momentos tão críticos
  E com certas provações nos provocarmos desse jeito tão íntimo
  E carinhoso e assim alimentarmos o que sentimos um pelo outro,
  Você sabe o que exatamente aquilo que eu tinha em mente desde
  O começo e atravessou cada etapa até chegar a um obstáculo
  Intransponível aplicando um teste de fogo para Eu passa-lo.


  Só espero que à partir de agora, encoste suas mãos nas minhas,
  E, assim, abdiquemos de tudo de impuro e infecto que tente
  Se amalgamar em nossos corpos, e nos desejos que nutrimos;
  Um pelo outro. E nenhuma lágrima será derramada em vão,
  Nenhuma palavra será proferida com a intenção que não seja
  O nosso crescimento mútuo; e nenhum delírio ou dor semelhante
  Irá atormentar e interromper a nossa trajetória daqui em diante.

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