sábado, 3 de setembro de 2011

Anti-herói

  Tantas vezes Eu tive o desejo de matar,
  Enforcar uma garganta jovem e justa,
  E apertar com minhas forças até o ar
  Que lá permanecer sair a toda custa,
  Tantas vezes Eu exorcizei o demônio,
  Embora na testa pingasse o suor do mal,
  E ainda sim Eu sei que desse domínio
  U'a dúvida paira e me toma por anormal.


  Eu sei que estou louco, Eu deveria dizer;
  Os doutores, podem agora cuidar de mim,
  Confinem-me numa cela sem Eu poder
  De lá nunca, nunca libertar meu lado ruim,
  Mas Ó quão cruel esta condenação seria!
  Por que Eu sou jovem- e também atraente...
  Ainda o demônio turvo vejo p'ra mi'agonia 
  E há apenas u'a coisa a se fazer de prudente.


  Tantas vezes Eu virei as costas p'ra maldade;
  O quarto, Eu sei que ele vai prevalecer,
  E então Eu vou procurar os trilhos da cidade,
  E colocar minha cabeça sem retroceder,
  E da vista do trem escuro e ainda distante,
  E na linha férrea ouvirei seu ruidoso trovão,
  Vindo p'ra esmagar meu cérebro descrente...
  Ó Deus tenha misericórdia em seu coração!

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