sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Funeral d'Uma Criança


Através da estrada etérea su'asas no voo instantâneo,
Para a mais pura região do celestial conterrâneo,
A luz ampliada descrevendo seu sistema incontável,
Abaixo dele se vê o todo com sua forma inexorável,
Planetas e planetas executam a rota destinada,
E circulam preenchendo o vazio na vasta camada,
O manto etéreo agora, e agora o céu empíreo,
Num esplendor ascendente, os olhos fitam o fulvo;
Os anjos a veem com tal desconhecido prazer,
Tocam em sua mão macia e a põe num belo mister;-
No sólio- e sorrindo dizem: “p'ra essa morada divina,
O assento dos santos, dos serafins que regem a sina,
Tendo Deus como regente- “Três vezes bem-vinda”
Replica a criança “Graças ao Pai tornou numa rajada”
Triunfante aqui estou dando-Lhe a posse do coração,
Ainda que lá tenha tentando iludir numa tentação,
E ainda sobre as ações do pecado Eu tenha fitado,
E ainda que da terrível tentação houvesse tencionado,
E ainda um chicote para os crimes que Eu sentia,
E a vaidade é que levou a culpa da minha consciência,
Mas, finalmente chegou a minha meta celestial,
Repleta de glória a mi'alma numa expansão magistral”,
Alegre, Ele falou: na roda de querubins exultando,
Bateram su'asas contentes; no céu ressoando,
Diz aos pais, por que este gemido inútil?
Por que se apertava ao seio a pensar no gemido fútil?
Para os pais, diga a eles, o casal triste da canção,
Um mundo mais brilhante e verde a eles pertencerão,
Diga que você irá chorar nas esferas superiores,
Por desejos impensados e pressupostos amores,
Faria a sua felicidade aumentar-lhes a dor existente?
Ou poderia este mundo te receber novamente?
O herdeiro da felicidade, com um ar superior,
Parece que Ele responde com um sorriso confessor,
Tronos e domínios nada podem me tentar lá”
Mas, ainda sim choram, “podemos parar de suspirar já,
E por aqui, ainda não devemos derramar u'a lágrima?
Nossa única esperança, a nossa mais preciosa alma,
Nove meses no ventre passaram p'ra depois morrer,
Amado filho, tantas visões presas na morte ei de ter,
Queria-o em meus braços, e te receber com alegria,
Eu contente o abraçaria em meu peito com energia,
As moscas voam, deixando esta desventurada criança”,
Para além do céu depositem a vossa fé com confiança,
Ascendendo e preparem-se para deixa-lo na herança
Que é rodeada de prazeres sem medida, sem mudança.

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